São Paulo, terça-feira, 27 de março de 2007

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Citigroup pode demitir até 15 mil funcionários

Cortes devem atingir empregados em todo o mundo; intenção é reduzir custos

Plano de reestruturação deve ser anunciado em meados de abril e pode custar US$ 1 bilhão para empresa com sede nos EUA


DA REDAÇÃO

Em um plano de reestruturação a ser divulgado no mês que vem, o Citigroup deve anunciar que vai cortar até 15 mil empregos (cerca de 5% de sua força de trabalho) em todo o mundo.
As demissões podem custar até US$ 1 bilhão para o banco e, segundo analistas, significar uma redução de US$ 2 bilhões em seus custos anuais. O plano, que deve ser anunciado até o dia 16 dia abril, está em fase de conclusão.
Uma das hipóteses estudadas é que parte dos cortes seja resolvida pela não-contratação de substitutos de profissionais que deixam a empresa, e não por demissões. Entre 30 mil e 50 mil funcionários saem do banco todos os anos. O Citigroup tem cerca de 327 mil empregados, atua em cem países e conta com aproximadamente 200 milhões de clientes.
A empresa vem sendo pressionada por acionistas para reduzir gastos e aumentar os lucros. No ano passado, o príncipe saudita Alwaleed bin Talal, que é o principal acionista do banco, pediu ações "draconianas" para conter as despesas da companhia.
As ações do Citigroup renderam menos na Bolsa de Nova York em 2006 do que as dos rivais JP Morgan Chase e Bank of America.
O principal executivo do grupo, Chuck Prince, que disse ontem que não comentaria o plano de reestruturação, afirmou anteriormente que a origem de parte dos problemas de custos do Citigroup é que o banco não soube integrar adequadamente as empresas adquiridas na década passada.
No ano passado, os gastos operacionais do Citigroup cresceram 15% em relação a 2005. Em contrapartida, o faturamento se expandiu em um ritmo menos acelerado: 7%.

Investimentos no exterior
Apesar da expectativa de cortes, Prince anunciou ontem na Índia que o Citigroup pretende expandir as suas operações no país asiático. Ele também disse que a Índia será um dos dois ou três países (fora os EUA) que serão prioridades para o Citigroup. Ele não mencionou quais seriam os outros.
O mercado bancário indiano é considerado um dos mais promissores do mundo. Não apenas pelas altas taxas de crescimento da economia do país mas porque o setor é controlado em grande parte por instituições estatais.
Segundo Prince, a intenção do Citigroup é que o faturamento fora dos EUA represente cerca de 60% dos ganhos do grupo -no ano passado, foi de cerca de 45%. No quarto trimestre de 2006, as operações internacionais renderam receita de US$ 10 bilhões.
De acordo com o "Wall Street Journal", o banco americano está interessado na compra do holandês ABN Amro, que atualmente está em discussões com o britânico Barclays. A reportagem também afirma que um dos principais interesses do Citigroup é o brasileiro ABN Amro Real.
Com cerca de 200 mil clientes no Brasil, o banco está expandindo suas operações no país e praticamente dobrou o número de agências no ano passado em relação a 2005.


Com agências internacionais

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