São Paulo, terça-feira, 27 de março de 2007

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Itália investe US$ 480 mi em biocombustível

JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os italianos pretendem investir US$ 480 milhões (algo próximo a R$ 990 milhões) em fábricas de biodiesel brasileiras. O valor deverá ser repassado ao longo de quatro anos, informou o primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi.
Em visita ao país, ele esteve ontem na capital paulista, durante encontro promovido pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
O combustível será adquirido pelas empresas: Agip, First American Petroleum, Petrogras e Europe Oil.
Prodi informou ainda que deve ser anunciado um acordo entre empresários brasileiros, a Petrobras e sua equivalente italiana, a ENI (Ente Nazionale Idrocarburi).
A idéia é criar uma joint venture ítalo-brasileira na África para abastecer o mercado europeu. Na lista de países para abrigar o projeto, estão Moçambique e Angola.
O premiê italiano lembrou que a atual política da União Européia prevê uso de 20% de energia renovável. "Essa nova realidade altera a estrutura industrial da Itália, porque estamos muito distantes deste percentual", disse Prodi.
"O Brasil está dando à Itália nesse momento mais importância do que já deu em qualquer outro momento", afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu programa semanal de rádio.
O comércio bilateral entre Brasil e Itália cresceu nos últimos anos - passou de US$ 3,6 bilhões em 2002 para US$ 6,4 bilhões no ano passado. Isso representa uma alta de 77,8%.
Para o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, os números são bons, mas poderiam ser ainda melhores. Ele lembrou que a Itália tem um fluxo comercial com o mundo de cerca de US$ 800 bilhões, mas a fatia brasileira não ultrapassa 0,5%. "Duas são as palavras-chave: equilíbrio e ambição", resumiu.
Nos cálculos da entidade, há espaço para a corrente de comércio entre os países chegar a US$ 10 bilhões até 2010.
Skaf, assim como Prodi, lembrou que Brasil e Itália firmaram o desenvolvimento de uma linha de crédito para pequenas empresas brasileiras que importam tecnologia e maquinário italiano. Serão empregados 100 milhões. A linha começa a vigorar até 30 de maio.


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