São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Indústria cresceu quase 10% em fevereiro, diz economista

A indústria brasileira iniciou o ano com o pé no acelerador. Em fevereiro, a produção industrial deve ter crescido 9,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo projeção que acaba de ser feita pela MB Associados. Em relação a janeiro, a expansão foi de 0,5%.
Os cálculos foram feitos com base em alguns indicadores já conhecidos e que têm peso importante no cálculo do índice. Entre eles, a produção de veículos, que registrou uma alta de 24,6% em fevereiro; os dados de papel ondulado, com um crescimento de 3,8%; e o consumo de energia, que subiu 3,5%.
Segundo o economista Sérgio Vale, da MB Associados, esses dados reforçam a preocupação manifestada pelo Banco Central na última ata do Copom em relação ao aquecimento da economia neste início do ano. Diante desses indicadores, aumentam as chances de o Copom aumentar a taxa de juros já na próxima reunião, em abril.
De acordo com Vale, o Banco Central tem mantido coerência em todas as suas manifestações e agora não deverá ser diferente. Como ele já fez essa ameaça de subir os juros pelo menos duas vezes, agora a tendência será a de cumprir a promessa.
O economista acha, no entanto, que seria mais prudente não aumentar o juro agora. Ele argumenta que os alimentos não devem pressionar tanto a inflação como no ano passado e, além disso, o índice está dentro da meta, o que pode fazer com que o BC espere mais um pouco para tomar a decisão de subir os juros.
Outro fator importante é o fato de a Petrobras já ter informado que não irá subir o preço da gasolina e do álcool neste ano. Em 2004, quando o Brasil teve crescimento de 5,7% e o Banco Central foi obrigado a subir os juros para deter o crescimento a fim de evitar a alta da inflação, a gasolina foi a grande vilã da alta de preços. Essa ameaça, pelo menos por enquanto, está fora de cogitação.
Mesmo assim, Vale acha muito difícil o Banco Central não aumentar o juro.

BAGAGEM

O mercado de turismo brasileiro espera crescer o dobro da economia brasileira neste ano. A alta poderia ser até maior, não fosse a falta de assentos, segundo José Eduardo Barbosa, presidente da Braztoa, associação de operadoras de turismo que reúne 71 associados, que respondem por 80% dos pacotes turísticos vendidos no Brasil. De acordo com a entidade, o mercado deve crescer cerca de 10% neste ano, impulsionado pelo cenário econômico e a queda do dólar. Para os pacotes internacionais, a previsão é um aumento na ordem de 15%. A novidade é a alta na procura por pacotes para Dubai e países do norte e leste europeu. No mercado doméstico, os operadores prevêem um aumento de 8%.

Transporte de carga na hidrovia Tietê-Paraná cresce 20% em 2007

O transporte de cargas na hidrovia Tietê-Paraná atingiu recorde histórico em 2007, com 4,7 milhões de toneladas transportadas, contra 3,9 milhões de toneladas em 2006, o que representa crescimento de 20%.
Oswaldo Rossetto, diretor do departamento hidroviário do Estado de São Paulo, afirma que o crescimento do volume transportado superou a expectativa do governo, que esperava um avanço de 10% no período.
Apesar do aumento registrado no ano passado, o volume de cargas transportado por hidrovia ainda é pequeno. De acordo com o último dado disponível do Dnit, a via representou 13% do total das cargas transportadas no Brasil em 2006.
O governo de São Paulo atribui o crescimento ao transporte de milho e açúcar, que começou a ser feito pela hidrovia Tietê-Paraná no ano passado. O açúcar já havia entrado na hidrovia, em caráter experimental, entre 2002 e 2003.
A estimativa do departamento hidroviário é chegar a 5,2 milhões de toneladas transportadas até o fim deste ano.

IRRACIONAL
O livro "Previsivelmente Irracional: Como as Situações do Dia-a-Dia Influenciam as Nossas Decisões" (Campus-Elsevier, 248 págs., R$ 49,90), do economista do MIT Dan Ariely, acaba de ser lançado no país. A obra fala dos resultados de experimento com alunos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts sobre como as pessoas tomam decisões.

BOLÉIA
A Confenar (confederação das revendas AmBev e das empresas de logística da distribuição) espera comprar mais de 300 caminhões a pedido das empresas associadas. Serão R$ 45 milhões em veículos Ford, Volkswagen e Mercedes-Benz. Segundo pesquisa da entidade, 60% dos revendedores preferem o leasing como forma de financiamento dos veículos.

CONTRATO
A empresa de comercialização de energia Light Esco, do grupo Light, fechou contrato com a Pilkington, fábrica de vidros, e a Dedini, que faz caldeiras para a indústria de cana-de-açúcar. A empresa diz esperar ampliação da atuação fora da área de concessão da Light.

NO CAMINHO
Começa hoje, na Assembléia Legislativa de São Paulo, um seminário sobre a reforma tributária. Com abertura de Ives Gandra, o evento vai prosseguir por quatro quintas-feiras. Na lista de palestrantes, estão nomes como Clóvis Panzarini, ex-coordenador tributário da Secretaria da Fazenda, e Hélcio Honda, diretor da Fiesp. O encerramento, no dia 24, será feito por Mauro Ricardo Machado Costa, secretário da Fazenda de SP.

VÔO
Luiz França, presidente do AOB Brasil (AntiguaOverseas Bank), um dos maiores do Caribe, desembarcou em Bogotá para assumir a Corretora de Valores GES, que foi comprada pelo grupo nesta semana. A GES tem carteira com 20 mil clientes. A corretora custou US$ 7 milhões.


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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