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Petrobras eleva importação a US$ 2,3 bi
Parada em refinaria e atraso em novas plataformas aumenta gasto com compra de petróleo e combustíveis em março
Estatal prevê normalização do volume de importações no próximo mês, com volta ao patamar de US$ 1,5 bilhão ao mês
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A parada para manutenção
da maior refinaria do país, a de
Paulínia (SP), acarretou num
aumento expressivo na importação de petróleo e derivados.
Somente em março, a Petrobras estima um dispêndio de
US$ 2,3 bilhões com a aquisição de óleo e combustíveis no
exterior. Desse total, US$ 1,2
bilhão se referem apenas ao petróleo bruto.
Sem a produção da refinaria
de Paulínia, cuja capacidade de
processamento é de 390 mil
barris/dia, a estatal teve de recorrer ao mercado externo com
compras maiores, justamente
num momento de altas recordes do preço do petróleo e derivados.
Importações crescem
De janeiro para fevereiro, as
importações já cresceram 22%.
Devem subir 26% de fevereiro
para março, segundo projeção
da Petrobras. Na média mensal,
as importações oscilam na casa
do US$ 1,5 bilhão em momentos de normalidade, segundo a
estatal.
Para o diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, o aumento da compra
de petróleo no exterior está associado ao incremento de 8%
na demanda de diesel, 4% na de
QAV (querosene de aviação) e
3% na de nafta, no primeiro trimestre.
Contudo, as crescentes importações não significam que o
país deixou de ser auto-suficiente na produção de petróleo.
Ou seja, o país extrai mais óleo
bruto do que consome derivados.
Além da parada da refinaria e
do aumento da demanda por
derivados, a Petrobras listou
outro motivo para explicar a
forte expansão das importações: a necessidade de importar
óleo leve para misturar ao petróleo pesado produzido majoritariamente nos campos brasileiros.
É que, como as refinarias do
país são antigas (a última é de
1980), não estão totalmente
adaptadas a processar óleo pesado, apesar dos investimentos
feitos na conversão dessas unidades.
Por isso, há a necessidade de
importação, ainda que o país
seja auto-suficiente na produção de petróleo -1,821 milhão
de barris/dia em fevereiro, volume muito próximo ao consumo de derivados do país, de 1,8
milhão de barris/dia.
Sempre haverá alguma dependência de importação para
a mistura com o óleo pesado,
mesmo com o aumento da produção nacional.
Atraso
Apesar de a Petrobras não
mencionar o fato, o atraso na
entrada em operação de três
plataformas -que só começaram a produzir no final do ano
passado e ainda não chegaram à
capacidade total- também fez
crescer as importações, dizem
especialistas.
É que essas plataformas
iriam suprir o aumento do consumo do país, o que não ocorreu integralmente por causa
dos atrasos na produção de
óleo.
Daqui para a frente, porém, o
cenário deve melhorar, diz a
empresa, com a previsão do início de produção de cinco novas
plataformas neste ano, cuja capacidade total de produção
chega a 500 mil barris/dia.
A Petrobras acredita que a situação vai se normalizar já em
abril, quando a refinaria de
Paulínia voltará a operar.
Com isso, estima que as importações voltem ao nível de
US$ 1,5 bilhões ao mês, patamar anteriormente registrado.
Colaborou CIRILO JUNIOR , da Folha Online, no Rio
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