São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2008

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Jornal domina noticiário na internet e ganha leitor

Audiência aumenta com sites, aponta relatório

DA REDAÇÃO

Apesar das novas fontes para acesso à informação, com a internet, hoje os americanos consomem mais o que é produzido pelas redações da mídia tradicional, "particularmente de imprensa", do que antes.
A conclusão é do relatório The State of the News Media 2008, o estado da mídia noticiosa, lançado nesta semana pelo Projeto para a Excelência em Jornalismo, que surgiu na Universidade Columbia e hoje é vinculado ao instituto Pew.
"On-line, por exemplo", argumenta o relatório, "os dez principais sites de notícias, em sua maior parte de marcas tradicionais, estão mais para uma oligarquia" do que para a democratização via internet prevista por obras como "A Cauda Longa" (ed. Campus, 2006), de Chris Anderson.
Nos jornais dos EUA, "as perdas em circulação, ainda que não estejam se acelerando, prosseguiram" em 2007, mas a "audiência total, incluindo os sites, está em alta". E "há mais sinais de inovação do que antes", nas redações.

Confiáveis
Sobre a audiência on-line, o relatório reproduz cálculo da Associação de Jornais da América, para visitantes únicos mensais: no terceiro trimestre de 2007, resultado 3,7% superior a igual período de 2006.
De modo geral, diz o relatório, "o número de americanos que se informam on-line está crescendo, e muitos deles estão indo para marcas estabelecidas confiáveis".
No ranking dos dez sites de notícias de maior audiência nos EUA, que o relatório reproduz do instituto Nielsen, a liderança é do Yahoo News, que tem parceria com mais de 400 jornais diários.
E o maior crescimento no ano foi do Google News, agora em oitavo na lista e que fechou parceira com cerca de 600 jornais diários.
As marcas tradicionais na relação são CNN, NBC, ABC e CBS, originárias da televisão, e "The New York Times", "USA Today" e a rede Gannett, originárias da imprensa.
Em contraste, sublinha o State of the News Media 2008, "apesar da proliferação dos blogs, dados sugerem que a maioria dos americanos ainda não os aceitam como fontes significativas de informação".
O relatório reproduz pesquisa do instituto Zogby, em 2007, em que os blogs apareceram no final da lista de fontes "importantes" para notícias, com 30%, "muito atrás de sites (81%), televisão (78%), rádio (73%), jornais (69%) e revistas (38%)".
Ficavam atrás também de "amigos e vizinhos", que 39% dos norte-americanos consideram importante fonte de informação.

O grande problema
O Projeto para a Excelência em Jornalismo avalia que a questão é outra. "Mais e mais, o grande problema a ser enfrentado pela mídia tradicional é menos "onde" as pessoas obtêm informação e mais "como" pagar por ela: é a realidade emergente de que a publicidade não está migrando para os sites junto com o consumidor."
Foi o que o relatório ouviu de "publishers" americanos, falando em "dificuldade de mudança" nas áreas comerciais dos próprios jornais e nas agências de publicidade.
O crescimento do faturamento com publicidade nos sites de notícias, segundo o TNS Media Intelligence, citado no relatório, diminui ano a ano. Segundo o Interactive Advertising Bureau, o crescimento da publicidade on-line, de modo geral, vem diminuindo.


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