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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Meta fiscal do governo não é factível, afirma Tendências
Mesmo com o anúncio de
cortes no Orçamento feito na
semana passada, o governo terá
que reduzir a meta do superávit
primário para conseguir cumprir a exigência fiscal. Para Felipe Salto, economista da Tendências, a meta estabelecida
pelo governo de superávit de
3,8% do PIB não é mais factível
por conta da queda da receita
provocada pela crise econômica mundial.
O motivo apontado por Salto
é que o resultado fiscal tem como base o crescimento do PIB
(Produto Interno Bruto) do
país. A Tendências projeta uma
expansão da economia brasileira abaixo dos 2% previstos pelo
governo -de 0,3%.
Para ser alcançada, a meta terá que ser reduzida para 2,8%
do PIB, afirma Salto. E, para
atingir esse número, o governo
terá que tomar medidas mais
drásticas que o bloqueio de R$
21,6 bilhões nas despesas do
Orçamento.
Uma delas é o adiamento do
reajuste do funcionalismo,
aprovado em outubro do ano
passado por meio de uma medida provisória. A MP previa
ajustes de 2009 a 2011, mas
condicionava os aumentos à
disponibilidade de recursos orçamentários. Segundo Salto, a
economia com a suspensão dos
reajustes em 2009 será de
R$ 21,4 bilhões.
Outra ação que será necessária para atingir um superávit
primário de 2,8% é o uso de
R$ 14 bilhões do fundo soberano, afirma Salto. E mesmo com
os recursos do fundo e com o
cancelamento do reajuste do
funcionalismo, o governo terá
que acionar um mecanismo
avalizado pelo FMI, que permite abater da meta despesas com
obras de infraestrutura equivalentes a 0,5% do PIB, para atingir o resultado fiscal.
A expectativa de Salto é a de
que o governo reduza a meta
ainda no primeiro semestre
deste ano. "O corte na meta fiscal não é um desastre. O que
importa é que o governo sinalize que a redução é necessária
por conta da conjuntura de crise, que já está derrubando a receita", afirma.
Para Salto, pior que reduzir a
meta fiscal é não cumpri-la. De
acordo com ele, isso faz com
que o governo perca credibilidade e sinalize que não foi capaz de planejar bem o orçamento e controlar gastos.
NO PRATO
Julio Diotto, do restaurante Zucco, e Rosangela Lyra, da
Associação dos Lojistas da Oscar Freire, fizeram parceria
para lançar, no dia 31, o projeto beneficente Aliança Gourmet, reunindo restaurantes e lojas dos Jardins para ajudar a
entidade Aliança da Misericórdia, apoiada por Lyra. Diotto
deixa claro que o cliente não precisa desembolsar nada, mesmo os que são acostumados a pagar contas altas na região. O
restaurante vai doar R$ 1 de cada sobremesa vendida. "É importante dizer que é o restaurante que fará a doação. O
cliente só precisa pedir sobremesa, o que ele já faz."
NERVOS DE AÇO
A Votorantim é o fator surpresa em um negócio que corre
nos bastidores do aço. A Nippon Steel não comprará sozinha os 5,9% de participação
que a Vale detém na Usiminas.
Também acionista, o grupo vai
exercer seu direito de preferência pagando os mesmos R$ 40
por ação da Usiminas. O negócio faz bastante sentido: enquanto o aço é um dos "core business" da Votorantim, para a
Vale, este não é mais um negócio central.
CIDADE SANTA
O Ministério do Comércio do
Iraque vai promover, de 12 a 21
de abril, a Feira de Reconstrução de Najaf, no Iraque. Cidade
santa mais importante para os
xiitas, Najaf é visitada por 5 milhões de peregrinos ao ano.
"Eles precisam de transporte,
acomodações e alimentação",
diz Jalal Chaya, presidente da
Câmara Brasil-Iraque.
OPORTUNIDADE
Os organizadores da feira
irão reunir no pavilhão de exposições de Najaf, construído
para o evento, importadores e
compradores de diversas áreas.
"O interesse iraquiano nos produtos e serviços brasileiros é
forte", afirma Chaya. No ano
passado, as empresas brasileiras exportaram US$ 377 milhões para o Iraque. O resultado foi 67% superior ao de 2007
e fez com que o governo do Iraque planejasse a abertura de
um escritório comercial em
São Paulo.
RECEITA
As empresas brasileiras investem sete vezes mais em treinamento de vendas do que de
compras. O levantamento é de
Robson Drezett, especialista
em gestão de compras.
CUSTO
A área de compras é uma das
responsáveis pela saída de recursos das empresas -as outras são impostos, remuneração de acionistas e encargos.
Bem administrada, a área de
compras pode reduzir as despesas em um percentual que pode
variar de 11% a 25%.
SOBRA
A ArcelorMittal Aços Longos
alcançou receita de US$ 37 milhões com a venda de coprodutos -resíduos gerados na produção de aço que são reutilizados no processo produtivo ou
revendidos- nas suas unidades
das Américas Central e do Sul,
no ano passado. Apenas as unidades de Monlevade (MG) e
Juiz de Fora (MG) arrecadaram US$ 8,3 milhões com a
venda de escória de alto-forno
para as indústrias de cimento
brasileiras.
FEIRÃO
A Caixa Econômica participa
até segunda do Feirão de Automóveis do grupo Sinal, rede de
concessionárias, na Grande SP.
Na feira, oferecerá linha de crédito para compra de veículos.
CHOCOLATE
O governo de SC, a Abih-SC
(associação de hotéis) e o Sebrae promovem a feira Planeta
Chocolate, em Florianópolis,
de 31 a 5, para estimular pequenos produtores da região.
LANÇAMENTO EM ETAPAS
A incorporadora Stan
Desenvolvimento Imobiliário, focada no segmento
de alto padrão, vai lançar
neste ano dois projetos
para a classe B. Segundo
André Neuding Filho, diretor-executivo da empresa, trata-se de oportunidades pontuais para aproveitar terrenos bem localizados e não de alteração
no perfil da empresa por
conta da crise. A turbulência econômica provocou outras mudanças, como o lançamento de empreendimentos por etapas. Antes, a empresa lançava todas as torres de
um empreendimento de
uma vez. Agora, coloca as
unidades à venda em momentos diferentes.
CADEIRA
Mauro Rodrigues da Cunha
acaba de ser reeleito para a presidência do IBGC (Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa).
VIZINHANÇA
A consultoria MaxiQuim, em
parceria com a IntelliChem,
realiza hoje em Houston, nos
Estados Unidos, a segunda edição de encontro sobre o setor
petroquímico na América Latina. Palestrantes do Brasil e do
México discutirão as perspectivas para a petroquímica na região nos próximos anos.
DEMOCRÁTICO
O tema do próximo relatório
brasileiro de desenvolvimento
humano da ONU será escolhido pela população. A ONU promoveu audiências públicas para receber sugestões, fez pesquisas nos dez municípios com
os piores IDHs do país e está
aceitando contribuições pela
internet até 15 de abril. O site é brasilpontoaponto.org.br.
ABERTO
A expectativa do coordenador do relatório, Flavio Comim,
é receber até 500 mil contribuições. Sem oferecer alternativas
de múltipla escolha, os interessados podem contribuir com
textos dissertativos. Segundo
Comim, até o momento, os
principais temas sugeridos são
a formação de valores na escola
e a corrupção.
FRASES NA CONTA
O resultado terá novas formas de divulgação. Entre as
ideias estão a publicação de frases na conta de luz e publicidade em canais de TV. "Queremos
que o relatório chegue às pessoas e não que fique em uma estante juntando pó", diz Comim.
NOVO IDH
Comim, que também coordena o relatório de IDH, quer usar
a consulta para identificar qual
dos itens que compõem o índice (renda, educação e expectativa de vida) tem mais importância no país. Dependendo do
resultado, o peso de cada item
pode mudar no cálculo do IDH.
com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e CRISTIANE BARBIERI
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