São Paulo, domingo, 27 de abril de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Rhodia aposta as suas fichas no álcool

A Rhodia está desenvolvendo estudos para intensificar o uso do álcool no seu processo de produção de solventes químicos no Brasil. A empresa já utiliza 120 milhões de litros de álcool por ano e é a maior consumidora do produto para uso industrial no país.
A informação de que a Rhodia pretende aumentar o consumo do álcool foi dada pelo principal executivo e, desde o mês passado, o presidente mundial da companhia, Jean-Pierre Clamadieu, um francês de 49 anos que fala o português fluente e já morou no Brasil entre os anos de 1996 e 1999, quando dirigiu uma operação local da empresa.
O objetivo da Rhodia, ao intensificar os estudos para o desenvolvimento do uso industrial do álcool, é o de encontrar um substituto com preço mais competitivo do que o petróleo na sua cadeia de produção.
A Rhodia é pioneira no uso do álcool na indústria no Brasil. Hoje, cerca de 15% a 20% da produção total da empresa no país já é feita a partir do biocombustível. Clamadieu quer que esse percentual se eleve significativamente, mas não quer arriscar um número.
Os planos de Clamadieu são de transferir para o Brasil as linhas de produção da Rhodia no mundo inteiro que podem ser alimentadas pelo álcool. Segundo ele, o álcool produzido nos Estados Unidos e na Europa não são tão competitivos quanto o do Brasil, que é extraído a partir da cana-de-açúcar.
Hoje, 110 pesquisadores trabalham no centro de estudos de Paulínia nessas pesquisas para desenvolver o uso do álcool na cadeia de produção da Rhodia. A Rhodia possui no Brasil um dos cinco centros de pesquisa espalhados pelo mundo.
O Brasil é o país mais importante da Rhodia. Dos 5,1 bilhões de faturamento no ano passado, cerca de 1 bilhão foi gerado no Brasil. O país representa 17% do faturamento da companhia, o maior entre todos os países onde a empresa está presente. A França, sede da Rhodia, responde por 11% do total da receita.
O maior projeto de investimento da Rhodia no mundo se realiza no Brasil. A empresa está investindo 300 milhões para aumentar a produção de fenol em Paulínia. O fenol é um dos componentes para a produção de nylon, tecido plástico e aspirina. Esse projeto faz parte de uma operação maior que vai proporcionar um investimento de R$ 1 bilhão da Companhia Petroquímica União e Unipar.
"A Rhodia, na verdade, é brasileira", diz Clamadieu, em sua primeira visita ao Brasil depois de ter sido nomeado "chairman" (presidente mundial) da companhia.
Nessa sua passagem pelo Brasil, o que mais Clamadieu estranhou foi a polêmica no Brasil em relação à inflação gerada pela crise dos alimentos. Para ele, há muito espaço no país tanto para a produção de alimentos como para o álcool, sem que haja competição entre os dois.
"O Brasil tem oportunidade de produzir alimentos e etanol sem produzir inflação", diz Clamadieu.

INCLUSÃO COM ARTE

Rodrigo Mendes, presidente do Instituto Rodrigo Mendes- que faz inclusão social pela arte- em parceria com a marca de material escolar Tilibra, aumentará a linha de produtos da empresa. Há 12 anos, artistas do instituto ilustram uma linha de cadernos. Mendes foi selecionado neste ano para o grupo Jovens Líderes Globais, programa do World Economic Forum que reúne líderes com até 40 anos que se destacam em trabalhos sociais. Na lista, também estão André Esteves (UBS Investment Bank) e Ricardo Villela Marino (Itaú).

MICROCRÉDITO
O Banco Real lança o livro "Real Microcrédito: Transformando a Realidade". A obra mostra exemplos de pequenos empreendedores que tiveram acesso ao crédito e fala da importância da modalidade. "Não é verdade que você não pode focar na baixa renda caso queira ganhar dinheiro. Esses dilemas têm impedido que um público enorme tenha acesso ao crédito legítimo", afirma Fábio C. Barbosa, presidente do banco, no livro.

NO MÍNIMO
A maior parte das instituições de ensino que oferecem educação a distância no Brasil diz que os seus alunos têm renda entre um e três salários mínimos, de acordo com o anuário 2008 do Instituto Monitor e da Associação Brasileira de Ensino a Distância. Do total dos que responderam o questionário, 57,8% afirmam que os seus alunos estão nessa faixa de renda.

ACELERADO
O anuário da instituição também mostra que o investimento das empresas em educação a distância passou de 6,3% do total investido na área em 2005 para 25,6% em 2007. Apesar do crescimento, o investimento em educação presencial ainda é maior, com 74,7% no ano passado. Foram ouvidas empresas como Alcatel, Bradesco, Banco do Brasil, Sabesp e Brasil Telecom.

NA SACOLA
A indústria do plástico e os supermercados, por meio da Abras, fizeram acordo para reduzir o consumo de sacolas plásticas. A meta é diminuir em 30% o consumo no varejo. A indústria começará a fabricar sacolas mais resistentes, para cumprir a norma 14.937 da ABNT, e com isso o segmento espera evitar a sobreposição de sacolas, que os consumidores fazem porque os sacos atuais são muitos frágeis.

FRANCESA
A grife francesa L'Occitane inaugura em junho uma nova loja, que será localizada no shopping Villa-Lobos.

DEBATE
Começa amanhã, em São Paulo, o Alternative Investment Summit Brasil 2008, que discutirá o mercado de capitais. Participam do evento Henrique Meirelles (Banco Central), Maurício da Rocha Wanderley (Vale), Antenor Fernandes (Grupo Safra) e Marcelo Junqueira, CEO da Clean Energy Brazil.

REPRESENTANTE
Para 83% dos lojistas credenciados pelo Lemon Bank para oferecer serviços como pagamento de contas e recarga de celular, esse tipo de serviço faz com que o fluxo de clientes aumente. A pesquisa é do Data Popular.


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