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Reflexo no parque industrial opõe economistas
DA REDAÇÃO
Economistas divergem sobre o impacto da importação
de máquinas usadas para o
Brasil. Para alguns, a compra
do exterior só deveria ser
permitida em casos específicos. Para outros, a decisão de
importar cabe às empresas,
que só optam pela importação quando a encomenda de
um item de segunda mão eleva a produtividade da indústria a um preço favorável.
O economista José Márcio
Camargo, professor da PUC-RJ e consultor da Opus Gestão de Recursos, afirma que,
do ponto de vista econômico,
há poucos argumentos contra a importação de equipamentos usados. Segundo ele,
a decisão de compra deve ser
privada, e os argumentos a
serem considerados cabem
somente às companhias.
"As empresas querem o lucro. Elas só vão comprar uma
máquina usada do exterior
se ela der à companhia mais
produtividade e se estiver à
venda por um preço mais
baixo que o do Brasil", afirma
o professor.
Já Júlio Gomes de Almeida, consultor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial),
diz que a importação só deve
ser permitida em alguns casos. Segundo ele, antes da
crise, em 2008, o Brasil precisou importar os bens de capital de segunda mão porque
havia escassez de equipamentos, principalmente para a indústria de portos, de
petróleo e de gás. "Se o equipamento está esgotado ou há
grande carência, principalmente na área de infraestrutura, a compra se justifica."
A Abimaq também defende a importação de usados
quando as máquinas usadas
são feitas com tecnologia de
ponta não disponível no país.
Segundo Almeida, a importação igualmente se justifica quando uma indústria
opta por transferir as atividades de outro país para o
Brasil, o que gera empregos
aqui e justifica a compra.
Almeida ressalta, porém,
que isso não deve servir como pretexto para "jogos de
empurra-empurra" entre
matriz e filial. "Não é aceitável que uma empresa inove
os seus equipamentos da
matriz e transfira os bens para que eles continuem a se
depreciar nas filiais."
Nas outras situações, o
economista do Iedi é contra a
importação de usados. "O governo, que representa a sociedade, deveria limitar muito a importação de máquinas
usadas, que sucateiam o parque nacional. O crescimento
das compras é um vexame."
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