DA SUCURSAL DO RIO

O geólogo José Francisco Martins de Viveiros, responsável mundial pela área de mineração da Arcelor Mittal, disse à Folha que cumpriu o contrato feito com a Companhia Vale do Rio Doce e que não começou a trabalhar para a indiana antes de completar um ano fora da empresa brasileira.
"Não é verdadeira [a afirmação da Vale do Rio Doce, em ação trabalhista]. Ela tem de provar isso", disse Viveiros, da Nigéria, onde estava sexta.
Questionado sobre quando entrou na empresa, ele ironizou. "A Vale deve estar mais bem informada que eu, sabe melhor que eu. Deixa a Vale contar toda a história, pode pegar toda a explicação com ela."
O geólogo evitou dar detalhes sobre o assunto porque disse que não pretendia falar sobre sua vida particular na imprensa.
"Não vou discutir minha vida pelo jornal, não tenho por que relatar essas coisas pelo jornal. Não cabe a mim explicar. Se [os representantes da Vale] começaram, que falem a verdade. Se não falarem a verdade, é complicado."
Antes, sua mulher, Rosali, havia negado à Folha, por telefone, da Inglaterra -onde vive com o marido-, o descumprimento do contrato por Viveiros. "O pior é que é mentira. Ele esperou exatamente um ano", disse.
O genro do executivo, Vítor -que passou o telefone de Viveiros-, ao ser informado do conteúdo da reportagem, comentou: "Começou a retaliação".
A Mittal inicialmente não se pronunciou sobre o assunto. Procurada, sua assessoria de imprensa informou que nem sequer confirmaria se ele trabalhava na empresa. Depois, na tarde de sexta-feira, enviou e-mail com notícia de agência internacional, de dezembro do ano passado, anunciando a entrada de Viveiros na empresa.
A Vale do Rio Doce disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comentaria o caso.


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