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Antigo dono diz que espera preservar "Gazeta"
Levy afirma ter expectativa de "encontrar fórmulas negociadas que preservem publicação do jornal"
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O empresário Luiz Fernando
Levy, dono da Gazeta Mercantil S.A., respondeu ontem à
CBM (Companhia Brasileira de
Multimídia), que anunciou anteontem que deixará de ser responsável pela publicação da
"Gazeta Mercantil" a partir de
1º de junho. Por meio de comunicado, Levy afirma ter visto
com esperança o fato de a CBM
manifestar seu apoio para que a
"Gazeta" continue a circular
"até chegarmos, com todos os
interessados, a uma solução satisfatória, característica que a
rescisão unilateral não tem".
Levy afirmara, em teleconferência com jornalistas da "Gazeta", na segunda-feira, que a
decisão da CBM havia sido de
rompimento unilateral do contrato de uso da marca "Gazeta
Mercantil". Levy ressaltou ainda, no comunicado, que não
deixarão de "encontrar fórmulas negociadas que preservem a
publicação do nosso jornal".
Até o início da noite, no entanto, os jornalistas acreditavam que amanhã seria o último
dia de trabalho na "Gazeta".
Numa decisão coletiva, os profissionais decidiram produzir
todos os cadernos para que a
CBM, dona da editora JB, não
tivesse motivos para deixar de
pagar os salários de maio. Segundo a Folha apurou, alguns
funcionários continuam com
os salários de abril em atraso.
A CBM comprometeu-se, em
reunião ontem com o sindicato
dos jornalistas, a pagar os salários atrasados. A empresa afirmou ainda que alocará alguns
profissionais em outras publicações do grupo e que pagará a
rescisão dos eventuais demitidos. Outro compromisso é o de
fazer todos os depósitos do
FGTS. Muitos jornalistas da
"Gazeta", porém, não estavam
registrados no regime celetista,
conforme a Folha apurou.
A companhia, que pertence
ao empresário Nelson Tanure,
diz ter rescindido o contrato de
uso de marca pelo fato de a dívida trabalhista de R$ 200 milhões pertencer à antiga gestão.
A CBM foi reconhecida pela
Justiça como sucessora do passivo trabalhista da Gazeta e havia até assinado termo de compromisso de pagamento dessa
dívida, com quitação de várias
parcelas. Segundo a Folha apurou, os credores estariam tendo acesso a outros bens de Tanure e, por isso, a empresa teria
resolvido romper o contrato de
uso de marca.
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