São Paulo, quarta-feira, 27 de maio de 2009

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Antigo dono diz que espera preservar "Gazeta"

Levy afirma ter expectativa de "encontrar fórmulas negociadas que preservem publicação do jornal"

CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Luiz Fernando Levy, dono da Gazeta Mercantil S.A., respondeu ontem à CBM (Companhia Brasileira de Multimídia), que anunciou anteontem que deixará de ser responsável pela publicação da "Gazeta Mercantil" a partir de 1º de junho. Por meio de comunicado, Levy afirma ter visto com esperança o fato de a CBM manifestar seu apoio para que a "Gazeta" continue a circular "até chegarmos, com todos os interessados, a uma solução satisfatória, característica que a rescisão unilateral não tem".
Levy afirmara, em teleconferência com jornalistas da "Gazeta", na segunda-feira, que a decisão da CBM havia sido de rompimento unilateral do contrato de uso da marca "Gazeta Mercantil". Levy ressaltou ainda, no comunicado, que não deixarão de "encontrar fórmulas negociadas que preservem a publicação do nosso jornal".
Até o início da noite, no entanto, os jornalistas acreditavam que amanhã seria o último dia de trabalho na "Gazeta". Numa decisão coletiva, os profissionais decidiram produzir todos os cadernos para que a CBM, dona da editora JB, não tivesse motivos para deixar de pagar os salários de maio. Segundo a Folha apurou, alguns funcionários continuam com os salários de abril em atraso.
A CBM comprometeu-se, em reunião ontem com o sindicato dos jornalistas, a pagar os salários atrasados. A empresa afirmou ainda que alocará alguns profissionais em outras publicações do grupo e que pagará a rescisão dos eventuais demitidos. Outro compromisso é o de fazer todos os depósitos do FGTS. Muitos jornalistas da "Gazeta", porém, não estavam registrados no regime celetista, conforme a Folha apurou.
A companhia, que pertence ao empresário Nelson Tanure, diz ter rescindido o contrato de uso de marca pelo fato de a dívida trabalhista de R$ 200 milhões pertencer à antiga gestão. A CBM foi reconhecida pela Justiça como sucessora do passivo trabalhista da Gazeta e havia até assinado termo de compromisso de pagamento dessa dívida, com quitação de várias parcelas. Segundo a Folha apurou, os credores estariam tendo acesso a outros bens de Tanure e, por isso, a empresa teria resolvido romper o contrato de uso de marca.


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