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Dólar cai para R$ 2,018, menor cotação desde 1º de outubro
Para analista, moeda ficará
abaixo de R$ 2 nesta semana
DA REPORTAGEM LOCAL
O bom humor nos mercados
internacionais gerado pela notícia de que o consumidor americano está recobrando a confiança para voltar a comprar fez
o dólar comercial recuar 0,39%
ontem, para R$ 2,018 -seu menor valor desde 1º de outubro
do ano passado.
Nem adiantou o Banco Central tornar a realizar um leilão
de compra de moeda. O fluxo
de entrada de divisas no país está tão elevado que a intervenção tem sido insuficiente para
conter a tendência de baixa da
cotação.
Neste mês, até o dia 22, as
aquisições do BC somavam
US$ 2,408 bilhões, montante
que, segundo operadores, é
apenas 70% do que havia disponível no mercado.
"O dólar deve ficar abaixo de
R$ 2 ainda nesta semana", afirma Sidnei Nehme, diretor da
corretora NGO. "Mas não conseguirá se manter nesse nível.
Tornará a subir e oscilará entre
R$ 2,05 e R$ 2,15."
Na sua opinião, movimentos
especulativos "como os que levaram a moeda a R$ 2,50 ou a
R$ 1,50" têm encontrado menos espaço no Brasil. "Os fundos de hedge não têm mais altos volumes de recursos para
arriscar, e as empresas que perderam grandes somas com operações de derivativos cambiais
ensinaram uma amarga lição às
demais", diz Nehme.
No exterior, porém, as apostas especulativas pela queda do
dólar atingiram o maior nível
desde antes do agravamento da
crise. De acordo com dados da
Bolsa Mercantil de Chicago, na
semana encerrada no dia 19, as
apostas contra o dólar em relação ao euro superaram em
12.250 os contratos das que
acreditavam na valorização da
moeda norte-americana.
Essa diferença foi a maior
desde a semana de 15 de julho
do ano passado, quando o dólar
atingiu o seu menor valor em
relação ao euro.
O aumento da dívida dos Estados Unidos também tem colaborado para a depreciação da
moeda.
As sinalizações de que o pior
momento da crise ficou para
trás têm sustentado um certo
relaxamento dos grandes investidores estrangeiros, os
quais fugiram do Brasil no momento em que o cenário se
agravou, após a quebra do banco Lehman Brothers, em setembro passado.
Agora, eles deixam de aplicar
em dólar e voltam a países e ativos de risco um pouco maior.
Esse otimismo pode se reverter
caso surjam notícias de piora
da economia global, entretanto.
(DENYSE GODOY)
Com agências internacionais
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