São Paulo, quarta-feira, 27 de maio de 2009

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Dólar cai para R$ 2,018, menor cotação desde 1º de outubro

Para analista, moeda ficará abaixo de R$ 2 nesta semana

DA REPORTAGEM LOCAL

O bom humor nos mercados internacionais gerado pela notícia de que o consumidor americano está recobrando a confiança para voltar a comprar fez o dólar comercial recuar 0,39% ontem, para R$ 2,018 -seu menor valor desde 1º de outubro do ano passado.
Nem adiantou o Banco Central tornar a realizar um leilão de compra de moeda. O fluxo de entrada de divisas no país está tão elevado que a intervenção tem sido insuficiente para conter a tendência de baixa da cotação.
Neste mês, até o dia 22, as aquisições do BC somavam US$ 2,408 bilhões, montante que, segundo operadores, é apenas 70% do que havia disponível no mercado.
"O dólar deve ficar abaixo de R$ 2 ainda nesta semana", afirma Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO. "Mas não conseguirá se manter nesse nível. Tornará a subir e oscilará entre R$ 2,05 e R$ 2,15."
Na sua opinião, movimentos especulativos "como os que levaram a moeda a R$ 2,50 ou a R$ 1,50" têm encontrado menos espaço no Brasil. "Os fundos de hedge não têm mais altos volumes de recursos para arriscar, e as empresas que perderam grandes somas com operações de derivativos cambiais ensinaram uma amarga lição às demais", diz Nehme.
No exterior, porém, as apostas especulativas pela queda do dólar atingiram o maior nível desde antes do agravamento da crise. De acordo com dados da Bolsa Mercantil de Chicago, na semana encerrada no dia 19, as apostas contra o dólar em relação ao euro superaram em 12.250 os contratos das que acreditavam na valorização da moeda norte-americana.
Essa diferença foi a maior desde a semana de 15 de julho do ano passado, quando o dólar atingiu o seu menor valor em relação ao euro.
O aumento da dívida dos Estados Unidos também tem colaborado para a depreciação da moeda.
As sinalizações de que o pior momento da crise ficou para trás têm sustentado um certo relaxamento dos grandes investidores estrangeiros, os quais fugiram do Brasil no momento em que o cenário se agravou, após a quebra do banco Lehman Brothers, em setembro passado.
Agora, eles deixam de aplicar em dólar e voltam a países e ativos de risco um pouco maior. Esse otimismo pode se reverter caso surjam notícias de piora da economia global, entretanto. (DENYSE GODOY)


Com agências internacionais


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