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FRAUDES DO CAPITAL
Investidor teme possibilidade de fraude contábil levar WorldCom, controladora da empresa, à falência
Ações da Embratel despencam 25,52%
ISABEL CAMPOS
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
As ações da Embratel despencaram ontem devido à possibilidade
de que a sua controladora, a americana WorldCom, possa falir. A
cotação da Embratel Participações PN fechou em R$ 2,13, com
queda de 25,52%, e a ON, em R$
3,10, (-16,66%). Nos Estados Unidos, os ADRs (American Depositary Receipts) terminaram o dia
em US$ 1,02 (-21,54%).
As ações despencaram devido
ao anúncio da WorldCom, feito
na terça-feira, de que há um rombo em seu balanço de US$ 3,8 bilhões. Analistas do mercado
acham que esse pode ser mais um
grande caso de fraude contábil,
semelhante ao revelado no ano
passado, envolvendo a Enron.
A Embratel, explica Alexandre
Silvério, gestor da GAP Asset Management, também não está em
posição confortável. Embora seja
líder no segmento de transmissão
de dados de longa distância, está
muito endividada. Sem a ajuda da
controladora, deverá ser vendida
por um valor muito baixo ou voltar para o governo federal.
Nos Estados Unidos, as ações da
WorldCom fecharam em US$
0,09, arrastando, além da Embratel, empresas de telecomunicações de todo mundo. A expectativa de analistas é que a contaminação ainda possa continuar por alguns dias, mas que se dissipará
após algumas semanas.
Para especialistas, o atual momento favorece até mesmo a
compra de papéis de empresas de
telecomunicações. O banco Pactual, por exemplo, decidiu manter
a recomendação de alguns papéis
de telefonia celular.
"Desde o início do ano, as ações
da Telemig, Tele Nordeste e Tele
Centro-Oeste desvalorizaram
35%, 21% e 26,6%, respectivamente. São papéis que devem se
valorizar nos próximos meses",
afirmou André Gadelha, analista
da instituição.
Um dos motivos que favoreceriam a alta das ações das empresas
seriam as mudanças que a Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) estaria preparando para
aliviar as regras que as empresas
devem obedecer para adotar o
Serviço Móvel Pessoal (SMP). Esse sistema possibilita que o usuário escolha a operadora de ligações de longa distância.
Atualmente, quase todas as operadoras utilizam o Serviço Móvel
Celular (SMC), que obriga os consumidores a usar a rede da própria operadora.
Para Virgilio Freire, consultor-chefe da Brisa, existem riscos de
queda nas ações das operadoras de longa distância em vários países. "Essa crise, no entanto, não deve chegar ao Brasil."
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