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Controlador não é único problema de brasileira
DA SUCURSAL DO RIO
Em julho de 1998, a MCI International, hoje WorldCom, pagou R$ 2,65 bilhões (47% de ágio) pelo controle acionário da Embratel. O valor desembolsado na ocasião, de acordo com analistas do mercado financeiro, correspondia a US$
35 por ADR da empresa (recibo negociado na Bolsa de Nova York), que ontem era negociado a US$ 0,75.
Os problemas da Embratel não têm a ver apenas com a WorldCom. O modelo de telecomunicações desenhado na primeira gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso separou o mercado de telefonia fixa em empresas de serviço local e de longa distância e instituiu o duopólio temporário nos dois segmentos.
A Embratel ficou com a concessão para ligações de longa distância e com a transmissão de dados. Diferentemente das teles locais, que ainda não sentiram o peso da competição, ela vem sendo fustigada pela concorrência. No ano passado, por exemplo, se envolveu em uma guerra de preços com a Intelig
que diminuiu em 10% sua receita com DDI.
A Embratel teve mais problemas de inadimplência do que qualquer outra concessionária de telefonia fixa. Em 2001, lançou R$ 1,2 bilhão de provisão
para devedores duvidosos em seu balanço e fechou com prejuízo de R$ 554 milhões. No primeiro trimestre deste ano, voltou a apresentar prejuízo, desta vez de R$ 36 milhões.
Os analistas responsabilizam a empresa por parte dessa inadimplência, dizendo que foi dela a opção de emitir contas separadas, em vez de manter o
faturamento conjunto com as operadoras locais, como fez a Intelig.
A Embratel passou vários meses sem conseguir fazer com que as contas chegassem aos clientes. Segundo ela, o problema foi provocado pelas concessionárias do serviço local, que teriam fornecido a ela cadastros com informações erradas
sobre os assinantes.
Recentemente, a empresa tem tentado corrigir o problema com acordos para o faturamento conjunto com outras teles. (EL)
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