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Presidente da Seade se demite após
conflito com Dieese por pesquisa
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A pendenga criada entre o Dieese e Seade, instituições que calculam juntas o desemprego de São
Paulo, acabou ontem com o pedido de demissão do presidente da
Fundação Seade, José Eli da Veiga, que ficou três meses no cargo.
Sua demissão ocorreu após diversas centrais sindicais se reunirem na quarta-feira com o governador do Estado, Geraldo Alckmin, para defender, em massa,
uma posição contrária à de Veiga.
O até então presidente da Seade
defendia o rompimento do convênio entre a instituição e o Dieese. A parceria prevê a realização e
divulgação da PED (Pesquisa de
Emprego e Desemprego). Veiga
diz que a forma como a pesquisa é
feita mostra uma taxa "exagerada" de desemprego.
Logo após o encontro de Alckmin com as centrais, o governador decidiu manter o convênio.
Em entrevista à Folha, Veiga diz
que o governador tomou uma decisão "precipitada" e "talvez venha a se arrepender". E que a medida foi tomada com base em
questões políticas. A Folha apurou que as centrais sindicais presentes na reunião com o governador disseram que "a melhor coisa
era manter tudo como estava". As
centrais negam que tenham pressionado Alckmin.
Se a taxa de desemprego fosse
alterada, cairia no primeiro ano
de governo Lula, pois a idéia de
Veiga era parar de somar a taxa
aberta com a oculta. Em nota,
Veiga informa que houve um
"equívoco" de quem o escolheu
acreditar que sua dedicação "pudesse vir subordinada a míopes
conveniências políticas".
"Assim que soube do resultado
da cúpula política [reunião] no
Palácio dos Bandeirantes, fiz a
carta de demissão", diz Veiga.
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