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São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 2003

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Presidente da Seade se demite após conflito com Dieese por pesquisa

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A pendenga criada entre o Dieese e Seade, instituições que calculam juntas o desemprego de São Paulo, acabou ontem com o pedido de demissão do presidente da Fundação Seade, José Eli da Veiga, que ficou três meses no cargo.
Sua demissão ocorreu após diversas centrais sindicais se reunirem na quarta-feira com o governador do Estado, Geraldo Alckmin, para defender, em massa, uma posição contrária à de Veiga.
O até então presidente da Seade defendia o rompimento do convênio entre a instituição e o Dieese. A parceria prevê a realização e divulgação da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego). Veiga diz que a forma como a pesquisa é feita mostra uma taxa "exagerada" de desemprego.
Logo após o encontro de Alckmin com as centrais, o governador decidiu manter o convênio.
Em entrevista à Folha, Veiga diz que o governador tomou uma decisão "precipitada" e "talvez venha a se arrepender". E que a medida foi tomada com base em questões políticas. A Folha apurou que as centrais sindicais presentes na reunião com o governador disseram que "a melhor coisa era manter tudo como estava". As centrais negam que tenham pressionado Alckmin.
Se a taxa de desemprego fosse alterada, cairia no primeiro ano de governo Lula, pois a idéia de Veiga era parar de somar a taxa aberta com a oculta. Em nota, Veiga informa que houve um "equívoco" de quem o escolheu acreditar que sua dedicação "pudesse vir subordinada a míopes conveniências políticas".
"Assim que soube do resultado da cúpula política [reunião] no Palácio dos Bandeirantes, fiz a carta de demissão", diz Veiga.


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