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Reajuste de aposentadorias aumenta o déficit do INSS
Benefícios tiveram reajuste em abril, o que elevou as despesas do mês passado
Em 2005, aposentadorias foram corrigidas em maio e efeito apareceu em junho; governo diz que as contas
vão ser melhores no futuro
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O aumento real para o salário
mínimo e para as aposentadorias e pensões superiores a esse
valor pressionaram as contas
da Previdência em maio.
No mês passado, o déficit
previdenciário alcançou R$
3,311 bilhões, o que representa
aumento (acima da inflação) de
37,5% em relação ao mesmo
período do ano passado.
Nem mesmo a arrecadação
(líquida) recorde registrada no
mês -R$ 9,5 bilhões- conseguiu segurar a expansão do saldo negativo. Na comparação
com abril deste ano, o aumento
foi de 26,7%.
"Isso era esperado, pois foi o
mês em que houve o impacto
do reajuste de 5% para os benefícios acima do salário mínimo
e o próprio aumento do salário
mínimo, que eleva o piso previdenciário", explicou o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer.
Neste ano, tanto o salário mínimo como os demais benefícios da Previdência foram reajustados em abril, gerando impacto no caixa do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)
em maio. Em 2005, os aumentos foram aplicados em maio,
com efeito nas contas de junho.
Por causa da antecipação dos
reajustes, o secretário afirma
que há uma distorção nas comparações. "Vocês vão queimar a
língua falando que o déficit aumentou. No mês que vem,
quando cair, quero ver isso nas
manchetes dos jornais", brincou Schwarzer, acrescentando
que a elevação do déficit em
maio não foi causada pelo aumento no número de benefícios pagos pelo INSS.
As despesas com o pagamento de benefícios aumentaram,
em termos reais, 19,1% em relação a maio do ano passado. Esse
crescimento superou a expansão de 13,8% verificada na arrecadação (líquida) do mês.
O valor recorde recolhido em
maio, de acordo com o secretário, foi fruto da melhora no
mercado de trabalho formal,
mas também sofreu influência
da elevação do teto dos benefícios da Previdência.
Com o reajuste dos benefícios em abril, o valor máximo
pago pelo INSS a aposentados e
pensionistas foi alterado. Isso
afeta o bolso do trabalhador em
atividade, pois também há o
reajuste no valor das contribuições pagas ao sistema previdenciário.
Schwarzer ainda comemorou o bom desempenho da Previdência na recuperação de créditos. Em maio, as empresas
pagaram R$ 665 milhões em dívidas com o INSS -aumento de
59,4% na comparação com
igual período de 2005. A meta
para este ano é recuperar R$
7,4 bilhões.
Resultado do ano
De janeiro a maio deste ano,
o déficit da Previdência já chega a R$ 15,877 bilhões. O número é 17,5% superior ao registrado nos cinco primeiros meses
de 2005.
Mais uma vez, a antecipação
do reajuste dos benefícios para
abril interfere na comparação.
Para 2006, a previsão do secretário é que o saldo negativo
atinja R$ 46 bilhões.
O ministro da Previdência,
Nelson Machado, e a equipe
econômica trabalham com valor mais baixo: R$ 43,2 bilhões.
Esse resultado leva em conta a
economia esperada com o recadastramento dos aposentados e
pensionistas e o aumento da arrecadação com a ampliação das
faixas do Simples (sistema simplificado de pagamento de tributos).
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