São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 2008

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BNDES desembolsa 70% a mais até maio

Nos cinco primeiros meses do ano, R$ 32 bi foram liberados; orçamento do banco para 2008 é de R$ 80 bi

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

Os desembolsos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) bateram recorde e somaram R$ 32,3 bilhões de janeiro a maio, crescimento de 70% em relação a igual período do ano anterior.
Segundo Ana Claudia Além, assessora da presidência do banco, o resultado foi liderado pelo setor de infra-estrutura, impulsionado pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O banco trabalha com orçamento de R$ 80 bilhões para o ano. Nos últimos 12 meses, liberou R$ 78,6 bilhões.
De janeiro a maio, os desembolsos para infra-estrutura somaram R$ 12,72 bilhões, alta de 107% em relação a igual período do ano anterior. Os principais destaques foram energia elétrica, com alta de 126% e total de R$ 2,5 bilhões, e transporte terrestre, alta de 78%, com R$ 6,227 bilhões. A liberação de recursos para a indústria somou R$ 14,273 bilhões.
As cartas-consulta, que sinalizam a demanda do empresariado por novos investimentos, tiveram alta de 30% e totalizaram R$ 66 bilhões nos primeiros cinco meses do ano. As aprovações de pedidos de financiamento cresceram 40% e chegaram a R$ 42,4 bilhões.
"Os desembolsos do banco têm batido recordes ano após ano. A retomada do crescimento econômico, que ficou mais visível a partir de 2004, aumentou a demanda por empréstimos do BNDES", afirma Além.
Em um cenário de juros mais altos, os empréstimos do BNDES tendem a se tornar mais atraentes para o empresariado porque são feitos com base na TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, atualmente em 6,25% ao ano). Mas Além diz que isso não significa necessariamente aumento da demanda por dinheiro do BNDES já que elevações na Selic tendem a ter impacto no nível de atividade.
O banco ainda trabalha para equacionar o funding a fim de atender a demanda por novos empréstimos. O BNDES é uma das bases da nova política industrial. O governo anunciou na quarta, no entanto, que exigirá um repasse maior de dividendos do banco ao Tesouro.


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