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PESQUISA
Americanos temem mais a deterioração em seus mercados do que um novo atentado dentro de suas fronteiras
Economia já preocupa mais que terrorismo
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Reflexo da atual crise por que
passam as Bolsas, pela primeira
vez desde o ataque de 11 de setembro uma pesquisa de opinião
constata que o americano está
mais preocupado com a situação
da economia do país do que com
a possibilidade de um novo atentado terrorista.
Segundo levantamento divulgado ontem e feito a pedido da
emissora NBC e do diário econômico "The Wall Street Journal", a
situação do mercado tira a tranquilidade de 59% dos ouvidos,
contra 51% que temem um novo
atentado nos EUA. Os entrevistados podiam escolher mais de uma
resposta para essa pergunta.
Dos aflitos pela economia, 31%
se preocupam com corrupção
contábil nas empresas e 28%, com
a queda nas Bolsas (28%). Mais da
metade dos ouvidos disseram que
o assunto terrorismo já não é tão
presente em suas vidas como em
2001, lugar agora ocupado pela situação dos mercados.
Na mesma linha, 32% dos pesquisados apontaram a frase "fortalecer a economia" como prioridade atual do governo, contra
33% dos que ainda acham que a
afirmação "combater o terrorismo" seja o principal.
A pesquisa é a primeira a comparar as prioridades e constatar a
mudança de foco da população
americana desde que começou a
onda de escândalos contábeis envolvendo grandes empresas, um
fenômeno batizado de "contabilidade criativa".
Ainda de acordo com o levantamento, apenas 9% dos ouvidos
confiam nos corretores de Bolsa,
contra 10% nos vendedores de
carros usados, tradicionalmente
os mais desacreditados pela população. Já os empresários ganharam parcos 12% de crédito.
Ontem ainda foi divulgado que
o índice de confiança do consumidor americano atingiu seu nível mais baixo desde novembro
de 2001, um mês antes do início
do escândalo na Enron.
Segundo o levantamento mensal da Universidade de Michigan,
o índice de julho é de 88,1 pontos,
uma queda de em relação ao mês
anterior (92,4 pontos). O índice
de condições atuais, que mede a
visão do americano sobre sua presente situação financeira, caiu levemente de 99,5 pontos em junho
para 99,3 pontos.
Já o índice de expectativas, que
mede as atitudes dos consumidores em relação aos próximos 12
meses, recuou de 87,9 pontos em
junho para 81 pontos em julho.
Ainda assim, o mercado comemorou o resultado, melhor que o
esperado pelos analistas.
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