São Paulo, sábado, 27 de julho de 2002 |
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No Brasil, suas idéias eram respeitadas
DA REDAÇÃO Marcílio Marques Moreira, ex-ministro da Economia, presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro: "Dornbusch era uma personalidade muito forte. Muitas vezes isso o levava a posições controvertidas, muito radicais. Mas sempre enriquecia o debate. Era também muito inteligente e muito bem preparado teoricamente". João Paulo dos Reis Velloso, ex-ministro do Planejamento (governos Médici e Geisel): "O que a
gente tem a fazer é lamentar. Era
um dos poucos economistas que
podiam ser considerados um
"brazilianist" (especialista em Brasil), embora nos últimos tempos
ele viesse sendo mais um "latinamericanist". Durante muito tempo ele esteve muito ligado ao Brasil e continuou acompanhando as
coisas do país, com um pouco de
impulsividade, mas sempre com
muita capacidade de análise. Tinha suas características especiais,
sempre tendendo à polêmica.
Lembro bem de que em uma reunião, acho que do World Economic Forum, em Davos [Suíça", ele
fez declarações provocativas sobre a América Latina e um brasileiro chegou a interromper seu
pronunciamento para protestar.
Mas ele era uma pessoa realmente
amiga do Brasil." Luiz Gonzaga Belluzzo, professor
da Unicamp: "Era um macroeconomista respeitável, apesar de eu
ter muitas restrições às opiniões
dele, principalmente na parte
cambial e monetária. No caso da
Argentina, por exemplo, creio
que errou muito em seus comentários e prognósticos". Paul Singer, professor da Faculdade de Economia da USP: "O
Dornbusch era um economista de
importância reconhecida, com
muitos livros adotados por universidades norte-americanas e
brasileiras. Acompanhava com
atenção as economias brasileira e
argentina, sempre com sua atitude neoliberal agressiva". |
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