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PARA FORA
Pela primeira vez, vendas externas ultrapassam US$ 1 bi no 1º semestre; soja tem maior valor e trigo é destaque
Exportação de cooperativas bate recorde
FABÍOLA SALANI
DA REDAÇÃO
As exportações de cooperativas
brasileiras bateram o recorde histórico para um primeiro semestre, alcançando a marca de US$
1,054 bilhão. Nunca antes as cooperativas
haviam ultrapassado o bilhão de
dólares em vendas externas nos
seis primeiros meses do ano.
Apesar do desempenho tão favorável, a OCB (Organização das
Cooperativas Brasileiras) não
quis refazer, por ora, sua expectativa para as exportações do ano,
de US$ 1,5 bilhão a US$ 1,6 bilhão.
"Ainda não sabemos se esse desempenho favorável se deveu a
antecipação de embarques ou a
aumento efetivo de vendas", afirma Julio G. Pohl, assessor técnico
da OCB, ao justificar o conservadorismo na previsão.
No ano passado, diz Pohl, as
vendas externas somaram US$ 1,3
bilhão -sendo US$ 571 milhões
no primeiro semestre e quase US$
730 milhões no segundo. Os anos
anteriores também mostraram
melhora no comércio exterior de
julho a dezembro. Mas, mesmo
assim, ele prefere analisar os dados antes de estimar nova cifra.
"Os números demonstram que
as cooperativas estão preparadas
e investindo para ocupar espaço
nas exportações do agronegócio.
Esse fato se reverte em benefícios
para o produtor rural associado à
cooperativa", disse o presidente
da OCB, Márcio Lopes de Freitas,
por sua assessoria de imprensa.
"O nosso sistema cooperativo
tem condições de se expandir ainda mais", diz, pela assessoria, José
Norberto Kretzer, diretor do Denacoop (Departamento de Cooperativismo e Associativismo Rural) do Ministério da Agricultura.
Quem puxou esse avanço todo
no comércio exterior das cooperativas foi o agronegócio -isso
porque 95% das exportações diretas são relacionadas ao setor.
A exemplo das exportações gerais brasileiras, o produto mais
rentável no comércio exterior das
cooperativas, segundo os dados
compilados pela OCB, foi o complexo soja, no qual os principais
clientes são China e Alemanha
-para soja triturada.
Trigo
Mas o que deve ser destacado
mesmo é o desempenho do trigo,
que nos seis primeiros meses do
ano passado nem registrou venda
-e, neste ano, alcançou US$ 83,2
milhões, ou 40% de tudo o que o
Brasil exportou do cereal no ano.
E por que o trigo é destaque?
Por causa do histórico ocorrido
com outro produto, o milho. "O
Brasil até importava milho. Iniciamos um trabalho de exportação pelas cooperativas, a produção aumentou e hoje ela atende à
demanda interna. Foi um reflexo
do trabalho da cooperativa, que
descobriu um novo mercado para
o milho", explica Pohl.
Sempre cauteloso, o assessor
acha que ainda é cedo para dizer
que o trigo deve seguir o caminho
do milho, com o Brasil alcançando a auto-suficiência, mas diz que
esse trabalho de exportação é
bom para isso. "É um estímulo ao
produtor, que encontra bom
mercado e eleva sua produção."
Os principais exportadores de
trigo, informa Pohl, são Paraná e
Rio Grande do Sul. E o cereal tem
um mercado tão amplo que até
para o Iêmen ele é exportado pelas cooperativas brasileiras.
Esse é um exemplo de diversificação de mercados que as cooperativas têm procurado, segundo o
assessor técnico da OCB, que cita
outros: venda de carne bovina para Seychelles, carne de frango para Azerbaijão e Lituânia e até cravo da Índia para a... Índia.
Há também procura por diversificar a pauta exportadora e um
exemplo disso é a venda de castanha-do-pará, cuja exportação por
cooperativas alcançou US$ 110
mil até junho -contra vendas zeradas no mesmo período de 2003.
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