São Paulo, domingo, 27 de julho de 2008

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China reestrutura setor para forçar competição entre telefônicas estatais

DA ENVIADA ESPECIAL À CHINA

O governo chinês reestruturou o setor de telecomunicações para criar três conglomerados com atuação em telefonias fixa e móvel e oferta de banda larga. O objetivo da mudança, implementada no mês passado, foi induzir as empresas a competirem entre si, melhorarem os serviços e reduzirem os preços.
Os três conglomerados são a China Telecom, a China Mobile e a China Unicom. Todas têm controle de capital estatal. Na reestruturação, desapareceram a China Netcom, de telefonia celular, e a Railcom, de telefonia fixa, cujas redes foram vendidas aos conglomerados.
A China Mobile, que só tinha telefonia celular, passou a oferecer o serviço fixo com a compra da Railcom. O terceiro conglomerado, a China Unicom, já oferecia telefonia fixa.
A universalização do serviço de telefonia na China tem sido garantida pelo celular. Todas as localidades do país, mesmo as menores e mais remotas, têm cobertura de celular. O país considera que é menos caro fazer a universalização da telefonia com o celular do que com a construção de redes fixas. No Brasil, o compromisso de universalização é das teles fixas.
Embora as teles tenham cobertura nacional, as tarifas variam. Nas Províncias, o preço é fixado em razão do poder aquisitivo de cada localidade.
Após a reestruturação, a China Mobile continua a maior operadora de celular, com 300 milhões de assinantes, mais a operação de telefonia fixa da Railcom, considerada pequena. A China Unicom é a segunda operadora de telefonia fixa em número de assinantes e tem 170 milhões de clientes de celular. A China Telecom ficou com 110 milhões de assinantes de telefonia móvel e 220 milhões de clientes no serviço fixo.
A discussão sobre a entrada das teles no mercado de TV paga, que gerou uma queda-de-braço entre empresas e a compra de redes de TV a cabo pelas companhias de telefonia no Brasil, não existe na China. Lá, a TV por assinatura é explorada pelas radiodifusoras estatais, que também fornecem conteúdo para o serviço de IPTV (TV paga via internet).
As TVs estatais, ao contrário do modelo brasileiro, faturam com a venda de comerciais. Em Pequim, a estatal CCTV tem 15 canais de televisão (esportes, notícias, filmes etc.), e a TV Beijing, municipal, outros nove.


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