São Paulo, segunda-feira, 27 de julho de 2009

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Otimismo infla fundos de ações emergentes

Captação no ano alcança US$ 32 bi; todas as dez Bolsas de melhor desempenho atualmente estão em países em desenvolvimento

Maiores aberturas de capital do mundo neste ano foram na China e no Brasil, o que reflete o crescente poder dos BRICs, diz especialista


DA "BLOOMBERG"

Os fundos de ações de mercados emergentes atraíram US$ 2,6 bilhões na semana passada, impulsionados pelo otimismo de que a demanda dos EUA pelos produtos de exportação desses países vai se recuperar, segundo relatório divulgado pela EPFR Global.
Os aportes para os fundos de ações dos mercados emergentes foram os maiores desde o período encerrado a 10 de junho, segundo a empresa de pesquisa. Os fundos de ações dos mercados emergentes mundiais atraíram US$ 1,08 bilhão, enquanto os que investem em ações asiáticas, com exceção das do Japão, absorveram US$ 973 milhões.
Os investidores canalizaram quase US$ 32 bilhões para os fundos de ações dos mercados emergentes neste ano, contribuindo para que o índice MSCI de mercados emergentes registrasse uma alta de 45%. Todas as dez Bolsas de melhor desempenho do mundo operam em países em desenvolvimento.
"Os fluxos para fundos de ações dos mercados emergentes se recuperaram na terceira semana de julho, quando o otimismo em torno da revitalização da demanda dos EUA ajudou muitas Bolsas a subirem", disse a EPFR.
Os fundos que investem no grupo de países conhecido como BRIC -Brasil, Rússia, Índia e China- computaram um acréscimo de US$ 2,1 bilhões, encerrando sua 18ª semana consecutiva de alta, disse a EFPR. Os fundos chineses foram os que contabilizaram a maior alta, ao absorver US$ 243 milhões, enquanto os fundos indianos atraíram US$ 148 milhões.
Para os fundos de renda fixa, a semana também foi positiva, com termos de aportes, ao atrair US$ 3,98 bilhões, disse no relatório a EPFR.

Estreias de destaque
Os dois maiores IPOs (oferta pública inicial de ações) realizados neste ano ocorreram na China e no Brasil, o que reflete o "crescente" poder dos BRICs. A avaliação é de Barton Biggs, diretor do fundo de hedge Traxis Partners LP, sediado em Nova York, e ex-estrategista mundial do Morgan Stanley.
A China State Construction Engineering Corp., a maior construtora residencial do país, levantou na semana passada 16 bilhões de yuans (o equivalente a US$ 7,3 bilhões) em Xangai, na maior IPO dos últimos 16 meses. A Cia. Brasileira de Meios de Pagamento, a subsidiária brasileira da Visa Inc., conhecida como VisaNet, embolsou R$ 8,4 bilhões em sua oferta realizada em junho na Bolsa de Valores de São Paulo.
"Sem dúvida, isso mostra o crescente poder dos BRICs", disse Biggs, em entrevista concedida de Nova York. "Está claro que os BRICs são as grandes áreas de crescimento do mundo e que precisarão de muito capital externo."

Apetite pelo risco
As empresas dos países que compõem o bloco BRIC estão capitalizando o crescente apetite do investidor por ativos de maior risco, num momento em que a economia mundial se recupera da recessão, a pior desde a Segunda Guerra Mundial.
China e Brasil são os dois países de melhor desempenho entre as 20 maiores Bolsas mundiais, segundo dados coletados pela Bloomberg.
Os IPOs de China e Brasil chamam a atenção para "o fato de que a demanda por ativos de emergentes continua sólida e de que as empresas, principalmente as dos mercados dos BRICs, estão usando a melhora das Bolsas para obter capital", diz Vinicius Silva, estrategista do Morgan Stanley.


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