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MERCOSUL
Ministro Clóvis Carvalho diz que protecionismo objetiva reverter pesquisas desfavoráveis à situação
Argentina faz lance eleitoral, diz Brasil
RICARDO GALHARDO
em Brasília
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
Clóvis Carvalho, disse ontem ser
possível que as medidas protecionistas tomadas pelo governo argentino nas últimas duas semanas tenham motivação eleitoral.
As eleições argentinas acontecem em outubro e, segundo pesquisa divulgada sábado pelo jornal "La Nacion", o candidato da
oposição, Fernando de la Rúa, está liderando a corrida pela sucessão de Carlos Menem na Presidência.
De acordo com o "La Nacion",
de la Rúa, apoiado pela coalizão
de oposição (Aliança), tem 45%
das intenções de voto, contra 32%
do peronista Eduardo Duhalde,
do Partido Justicialista, o mesmo
do presidente Menem.
"As dificuldades certamente
podem vir a cada momento que
um país tem seu ciclo de vida democrática. Nós já passamos por
isso também", disse Carvalho.
O governo argentino anunciou
na sexta-feira -véspera da divulgação da pesquisa- que poderá
adotar medidas de proteção contra qualquer produto importado
dos seus parceiros do Mercosul
(Brasil, Uruguai e Paraguai) que
seja considerado uma ameaça à
indústria do país.
A resolução, assinada pelo ministro da Economia da Argentina,
Roque Fernández, legaliza o uso
de salvaguardas (mecanismo que
permite estabelecer barreiras comerciais) no bloco. Essa medida
está em vigor desde ontem.
Na semana retrasada, o secretário argentino de Indústria e Comércio, Alieto Guadagni, já havia
anunciado a adoção de salvaguardas contra produtos têxteis brasileiros.
Essas medidas levaram o Itamaraty a divulgar uma nota na qual
classifica a ação do governo argentino de um "retrocesso inaceitável" no processo de integração
econômica do Mercosul.
A Argentina é o segundo maior
parceiro comercial do Brasil, atrás
apenas dos EUA. Em 98, o Brasil
exportou US$ 6,7 bilhões para a
Argentina. Esse valor corresponde a 13,2% de todas as exportações brasileiras no ano passado.
Carvalho, em nota à imprensa
distribuída na sexta-feira, disse
que salvaguardas "não podem ser
toleradas pelo governo brasileiro". A OMC deverá se manifestar
sobre o assunto entre os dias 2 e 6
de agosto.
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