São Paulo, Terça-feira, 27 de Julho de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Bovespa tem segundo pior volume no mês

da Reportagem Local

A cautela marcou o comportamento dos investidores da Bolsa de Valores de São Paulo, ontem. Consequência: a maior queda do índice Bovespa desde 24 de junho, mas com o segundo menor volume financeiro do mês.
A Bolsa apresentou queda de 2,85%. Somente no início dos trabalhos ela chegou a ficar positiva (em 0,01%). Depois, apresentou queda constante, que atingiu 3,13% (houve uma pequena recuperação na parte final).
O baixo giro de dinheiro contribuiu para a queda. Com pouco volume, são mais fáceis as operações manipulativas.
A Bovespa girou R$ 279,847 milhões. O volume é 37,78% menor do que a média diária registrada neste mês. Isso levando-se em conta que julho é o pior mês do ano em giro financeiro.
O investidor está afastado da Bolsa devido a uma conjunção de fatores. A cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) fez com que os investidores estrangeiros parassem de aplicar na Bovespa e comprassem recibos de empresas brasileiras no exterior (fugindo do tributo de 0,38%).
O discurso de Alan Greenspan, presidente do Fed (o banco central dos EUA), na semana passada, acrescentou um elemento inquietador. Greenspan deu a entender que poderá elevar os juros norte-americanos, desde que haja pressão inflacionária no país. Parte do mercado acredita que nada acontecerá. Mas parte vê o aumento como algo inevitável.
As Bolsas de todo o mundo estão refletindo o nervosismo gerado por Greenspan. A Bolsa de Nova York, por exemplo, registrou recuo de 0,44% ontem.
Para piorar, amanhã será a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que vai decidir se os juros caem ou não no Brasil. Enquanto a decisão não sai, o investidor prefere não se arriscar.
O mercado de câmbio também apresentou um dia de baixa liquidez (os negócios foram cerca de 20% menores do que o habitual).
O dólar comercial registrou alta de 0,27%, fechando cotado a R$ 1,825, para venda.
A moeda apresentou muita oscilação durante o dia, chegando a R$ 1,816 (mínima) e R$ 1,830 (máxima). (MARCELO DIEGO)


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