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INADIMPLÊNCIA
Acerto de débitos cresce 13,5% e bate recorde no semestre; empresas também reduzem dívidas, diz Serasa
Consumidor usa o FGTS para pagar contas
ISABEL CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O número de pessoas físicas e
jurídicas que regularizaram pendências financeiras no primeiro
semestre do ano foi recorde, segundo levantamento realizado
pela Serasa.
De janeiro a junho deste ano, as
baixas de protestos somaram
1,282 milhão, volume 13,5% superior ao apurado no mesmo período de 2001. Desse total, 442 mil
baixas foram de pessoas físicas e
840 mil, de pessoas jurídicas, sendo o crescimento nesses segmentos de 18,5% e 11%, respectivamente. Em mais de 15 anos de
pesquisa, a Serasa nunca havia registrado um número de baixas tão
elevado num primeiro semestre.
As consultas ao Serviço Gratuito de Orientação ao Cidadão, da
Serasa, que ensina como a pessoa
deve proceder ao liquidar uma dívida, também bateram o recorde
dos últimos 15 anos. No primeiro
semestre foram atendidas quase
634 mil pessoas, número 21,3%
maior do que o registrado no
mesmo período do ano passado.
Segundo a Serasa, tanto as empresas como as pessoas físicas estão regularizando as pendências
em ritmo muito superior (quase o
dobro) ao dos protestos.
No primeiro semestre, o volume total de protestos subiu 5,2%
em relação ao mesmo período do
ano passado, contra o total de regularizações, que aumentou
13,5%. Essa diferença de ritmo
não é normal, observa Carlos
Henrique de Almeida, assessor
econômico da Serasa.
No caso das pessoas físicas, a explicação para as regularizações é
que elas estão utilizando a correção do FGTS (Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço), relativa
aos expurgos dos Planos Collor 1 e
Verão, para quitar as dívidas. "A
entrada desse dinheiro na economia teve um impacto equivalente
ao do 13º salário", diz Almeida.
Já as pessoas jurídicas estão procurando reduzir o endividamento, principalmente de curto prazo,
devido ao alto custo do dinheiro.
Embora os consumidores estejam retraídos e as empresas, em
posição defensiva devido à instabilidade econômica , se o cenário
melhor um pouco, essa limpeza
nas pendências poderá fazer com
que o Natal deste ano surpreenda
positivamente.
O consumidor, explica Almeida, chegará ao Natal numa situação confortável, com poucas dívidas, pronto -e ávido- para novas aquisições e financiamentos.
Para ele voltar às compras, bastará um sinal, mesmo que pequeno,
de que a economia irá melhorar.
"O Dia das Crianças já poderá ser
um bom teste para o Natal."
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