São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 2002

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INADIMPLÊNCIA

Acerto de débitos cresce 13,5% e bate recorde no semestre; empresas também reduzem dívidas, diz Serasa

Consumidor usa o FGTS para pagar contas

ISABEL CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de pessoas físicas e jurídicas que regularizaram pendências financeiras no primeiro semestre do ano foi recorde, segundo levantamento realizado pela Serasa.
De janeiro a junho deste ano, as baixas de protestos somaram 1,282 milhão, volume 13,5% superior ao apurado no mesmo período de 2001. Desse total, 442 mil baixas foram de pessoas físicas e 840 mil, de pessoas jurídicas, sendo o crescimento nesses segmentos de 18,5% e 11%, respectivamente. Em mais de 15 anos de pesquisa, a Serasa nunca havia registrado um número de baixas tão elevado num primeiro semestre.
As consultas ao Serviço Gratuito de Orientação ao Cidadão, da Serasa, que ensina como a pessoa deve proceder ao liquidar uma dívida, também bateram o recorde dos últimos 15 anos. No primeiro semestre foram atendidas quase 634 mil pessoas, número 21,3% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.
Segundo a Serasa, tanto as empresas como as pessoas físicas estão regularizando as pendências em ritmo muito superior (quase o dobro) ao dos protestos.
No primeiro semestre, o volume total de protestos subiu 5,2% em relação ao mesmo período do ano passado, contra o total de regularizações, que aumentou 13,5%. Essa diferença de ritmo não é normal, observa Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa.
No caso das pessoas físicas, a explicação para as regularizações é que elas estão utilizando a correção do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), relativa aos expurgos dos Planos Collor 1 e Verão, para quitar as dívidas. "A entrada desse dinheiro na economia teve um impacto equivalente ao do 13º salário", diz Almeida.
Já as pessoas jurídicas estão procurando reduzir o endividamento, principalmente de curto prazo, devido ao alto custo do dinheiro.
Embora os consumidores estejam retraídos e as empresas, em posição defensiva devido à instabilidade econômica , se o cenário melhor um pouco, essa limpeza nas pendências poderá fazer com que o Natal deste ano surpreenda positivamente.
O consumidor, explica Almeida, chegará ao Natal numa situação confortável, com poucas dívidas, pronto -e ávido- para novas aquisições e financiamentos. Para ele voltar às compras, bastará um sinal, mesmo que pequeno, de que a economia irá melhorar. "O Dia das Crianças já poderá ser um bom teste para o Natal."


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