São Paulo, sexta-feira, 27 de agosto de 2004

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Taxas futuras sobem em resposta ao tom pessimista da ata do Copom

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

As projeções dos juros futuros subiram em resposta ao tom pessimista da ata da última reunião do Copom. Para analistas financeiros, o Banco Central buscou preparar o mercado para a possibilidade de elevar a taxa básica de juros da economia nos próximos meses.
Para o banco Modal, "é difícil imaginar que o BC reforce ainda mais a sua linguagem em uma ata futura sem alterar a Selic. Ou o Copom eleva a Selic nas próximas reuniões ou o discurso muda".
No pregão da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as taxas de todos os contratos DI (que consideram as taxas praticadas entre bancos) subiram. O número de contratos negociados ontem foi 80% superior ao registrado na quarta-feira.

Dólar
Os analistas avaliam que, se o dólar seguir próximo de R$ 2,95 e o preço do petróleo recuar no exterior, a perspectiva de alta na taxa básica (hoje em 16% ao ano) no curto prazo pode perder força. Mas, se dólar, petróleo e expectativas de inflação subirem, o BC poderia elevar um pouco os juros já no próximo mês.
Na opinião de Darwin Dib, economista do Unibanco, a ata veio "pessimista, conservadora, mas sem ser uma surpresa, como foi em julho".
"A eficácia da ata não foi tão forte. Quando o BC engrossa o discurso, a intenção principal é forçar a curva dos juros [futuros]", diz o economista.
Isso porque, se as taxas futuras permanecem em níveis mais elevados, os juros reais (descontada a expectativa de inflação) podem seguir nos níveis considerados adequados pelo BC para que o aquecimento econômico não prejudique a inflação. Os juros reais são uma importante referência para os empresários planejarem seus investimentos futuros.
No contrato DI mais negociado na BM&F ontem, com prazo de resgate em janeiro, a taxa subiu de 16,48% para 16,58% ao ano.


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