|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Taxas futuras sobem em resposta
ao tom pessimista da ata do Copom
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
As projeções dos juros futuros
subiram em resposta ao tom pessimista da ata da última reunião
do Copom. Para analistas financeiros, o Banco Central buscou
preparar o mercado para a possibilidade de elevar a taxa básica de
juros da economia nos próximos
meses.
Para o banco Modal, "é difícil
imaginar que o BC reforce ainda
mais a sua linguagem em uma ata
futura sem alterar a Selic. Ou o
Copom eleva a Selic nas próximas
reuniões ou o discurso muda".
No pregão da BM&F (Bolsa de
Mercadorias & Futuros), as taxas
de todos os contratos DI (que
consideram as taxas praticadas
entre bancos) subiram. O número
de contratos negociados ontem
foi 80% superior ao registrado na
quarta-feira.
Dólar
Os analistas avaliam que, se o
dólar seguir próximo de R$ 2,95 e
o preço do petróleo recuar no exterior, a perspectiva de alta na taxa básica (hoje em 16% ao ano) no
curto prazo pode perder força.
Mas, se dólar, petróleo e expectativas de inflação subirem, o BC
poderia elevar um pouco os juros
já no próximo mês.
Na opinião de Darwin Dib, economista do Unibanco, a ata veio
"pessimista, conservadora, mas
sem ser uma surpresa, como foi
em julho".
"A eficácia da ata não foi tão forte. Quando o BC engrossa o discurso, a intenção principal é forçar a curva dos juros [futuros]",
diz o economista.
Isso porque, se as taxas futuras
permanecem em níveis mais elevados, os juros reais (descontada
a expectativa de inflação) podem
seguir nos níveis considerados
adequados pelo BC para que o
aquecimento econômico não prejudique a inflação. Os juros reais
são uma importante referência
para os empresários planejarem
seus investimentos futuros.
No contrato DI mais negociado
na BM&F ontem, com prazo de
resgate em janeiro, a taxa subiu de
16,48% para 16,58% ao ano.
Texto Anterior: Riscos Próximo Texto: Alencar quer que país pague juros internacionais Índice
|