São Paulo, sexta-feira, 27 de agosto de 2004

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América Latina deve ser mais afetada

DE LONDRES

Os preços do petróleo em níveis mais altos do que os projetados nos primeiros meses do ano têm levado analistas a cogitar um nível de crescimento global menor. Segundo economistas, é improvável, no entanto, que a pressão sobre os preços da commodity provoque uma interrupção do processo de retomada. Nesse processo, países da América Latina devem ser mais afetados do que as nações desenvolvidas.
Segundo Olga Pomerantz, autora de um estudo sobre os impactos da alta do petróleo sobre o crescimento global, citado no último relatório da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), os países da América Latina tendem a sofrer mais porque, embora sejam bastante industrializados, ainda utilizam a energia com ineficiência.
Em seu relatório mensal, publicado na semana passada, a Opep mencionou dados do estudo feito por Olga e pelo economista Ray Barrell, ambos do National Institute for Economic and Social Research (NIESR), em Londres.
De acordo com os dados, o PIB dos Estados Unidos teria uma pequena influência negativa neste ano que poderia ser ampliada no próximo caso a alta de 20% nos preços do petróleo se sustentasse por dois anos. Já para a zona do euro, prevê o estudo, as perdas, pequenas neste ano, tenderiam a ficar menores em 2005.
No pior cenário, os pesquisadores consideram que as autoridades monetárias dos países reajam e subam juros para evitar riscos inflacionários.
Segundo Olga Pomerantz, as projeções do estudo revelam que as conseqüências negativas da atual pressão nos preços não serão grandes, caso as autoridades monetárias combatam seus efeitos. "Hoje, a forte alta tem um impacto negativo muito menor sobre as economias dos países do 0que na década de 70", afirmou ela. (EF)


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