São Paulo, sexta-feira, 27 de agosto de 2004

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Governo celebra queda do barril e nega reajuste

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo descartou reajuste dos combustíveis agora e se mostrou otimista com a redução de preços do barril de petróleo no mercado internacional, observada nos últimos dias. "O mundo inteiro está na expectativa da tendência de queda, esse preço é artificial, não é um preço real", disse a secretária de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Maria das Graças Foster.
Segundo ela, se o preço do barril no mercado internacional cair muito, não é necessário reajuste. "Se ele [o preço] cai aos valores iniciais [do último reajuste], matematicamente não seria previsível haver reajuste", afirmou.
Foster disse que, se a Petrobras já tivesse feito um reajuste, isso teria sido um erro. "Veja que os preços caíram dois pontos, três pontos, então qualquer reajuste que tivesse sido feito dias atrás seria impróprio", afirmou a secretária.
No último reajuste de combustíveis da Petrobras, em junho, o barril de petróleo tipo Brent (negociado na Bolsa de Londres e usado pela Petrobras como parâmetro) estava cotado a US$ 34,97. Na ocasião, a estatal reajustou a gasolina em 10,8% e o óleo diesel em 10,6%.
Ontem, esse tipo de petróleo fechou cotado a US$ 40,33, com redução de 0,86% em relação à cotação de quarta-feira. Foi o quinto dia consecutivo de redução no preço no mercado internacional.
"A Petrobras está fazendo uma avaliação a respeito do que ela considera que sejam as tendências do preço do petróleo", disse a ministra Dilma Rousseff (Minas e Energia). "Nós aguardamos a posição da Petrobras, que eu entendo que ela vai tomar quando achar que, de fato, está clara a direção do mercado internacional."
Em tese, segundo a política do governo para o setor, a Petrobras deveria manter o preço dos combustíveis vendidos no Brasil equiparados aos do mercado internacional. Essa política tem por objetivo tentar reduzir o poder de mercado da Petrobras, permitindo que haja importação de combustíveis por outras empresas.
A estatal define o preço nas refinarias. Os combustíveis são comprados pelas distribuidoras e repassados aos postos, que vendem para o consumidor. Em todas essas etapas, o preço é liberado.


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