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CONTAS PÚBLICAS
Em sete meses, Tesouro, Previdência e BC economizam 92,5% do superávit primário estimado para 2004
Aperto fiscal já está perto da meta do ano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco
Central) conseguiu economizar
até julho o equivalente a 92,5% da
meta de superávit primário para
todo o ano. O resultado no período foi de R$ 38 bilhões, enquanto
a meta é de R$ 41,1 bilhões.
A meta de superávit primário
(economia de receitas para o pagamento de juros da dívida) para
todo o governo (governo central,
estatais, Estados e municípios) é
de 4,25% do PIB (Produto Interno
Bruto), ou R$ 71 bilhões. Somente
o governo central já garantiu, em
apenas sete meses, o equivalente a
4,02% do PIB.
O secretário do Tesouro, Joaquim Levy, disse, no entanto, que
neste semestre a economia de receitas tende a diminuir. Motivos:
os ministérios passam a gastar
mais e há o pagamento do 13º salário do funcionalismo.
Ele avalia que o nível dos investimentos do governo neste ano
vai aumentar em relação aos valores do ano passado, quando foram gastos pouco menos de R$ 10
bilhões. Segundo ele, a previsão
para este ano é que os investimentos da União somem aproximadamente R$ 12 bilhões.
Os números de julho confirmam a tendência de queda na
economia de receitas. No mês, o
superávit foi de R$ 3,64 bilhões, o
menor no ano. Em junho, foram
R$ 5,68 bilhões. "A partir de agora, a tendência é que os resultados
sejam menores", disse Levy.
Apesar do bom resultado verificado até julho, ele não acredita
que o superávit no ano ficará acima de 4,25%. "Não estou vendo
excedente neste ano."
As receitas do Tesouro têm sido
beneficiadas em 2004 por aumento de arrecadação de tributos. É o
caso da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), que teve a alíquota elevada de 3% para 7,6% com o fim
da cumulatividade (cobrança em
todas as etapas de produção).
Além disso, a partir de maio a
Cofins passou a incidir sobre os
produtos importados. Até julho, o
governo arrecadou R$ 43,485 bilhões com a contribuição, R$ 7,85
bilhões a mais do que no mesmo
período de 2003, em termos reais
(valores corrigidos pela inflação).
O resultado do governo só não
foi melhor porque o BC e a Previdência Social tiveram números
negativos em julho. O BC teve déficit de R$ 18,1 milhões, e a Previdência, de R$ 2,26 bilhões.
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