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Medida deve restringir
espaço para especular
DA REPORTAGEM LOCAL
A medida que restringe os recursos que os bancos podem
manter aplicados em dólares deve
reduzir a margem de manobra
dos bancos e conter a escalada do
dólar, intensificada nos últimos
dias. Essa é a avaliação de especialistas ouvidos pela Folha.
Um diretor da Febraban (Federação Nacional das Associações
de Bancos) interpretou a medida
do governo como uma tentativa
de reduzir a margem de manobra
dos bancos nos negócios com dólar. Em outras palavras, o governo
quer tirar a munição dos bancos
para especular com o dólar.
Para o economista-chefe do
BBV, Octavio de Barros, como a
medida vai enxugar a liquidez, terá reflexos na trajetória do dólar.
"As instituições que não se enquadrarem nas medidas vão ter
de se capitalizar ou se desfazer de
posições em dólares que mantêm
atualmente, o que deve ter um
efeito positivo sobre a atual pressão cambial."
O professor de economia da
Unicamp Luiz Gonzaga Belluzzo
diz que, com o atual cenário, tem
havido uma "demanda especulativa" por dólares.
"Em um momento de incertezas como o que estamos passando, o dólar é o ativo mais procurado e o mais escasso. É evidente
que, assim, o dólar suba."
A outra medida, segundo o diretor da Febraban, tem efeito limitado. Ao adotar regras mais rígidas para recolhimento de depósitos compulsórios, o BC afetou
principalmente bancos pequenos
e médios que têm fontes limitadas
de financiamento. Os grandes
bancos têm muitas alternativas de
financiamento e a restrição não
afetaria sua capacidade de especular com o dólar.
Já a limitação do volume que os
bancos podem aplicar em dólares
alcança todas as instituições financeiras e terá maior efeito.
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