São Paulo, quinta-feira, 27 de setembro de 2001

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MERCADO FINANCEIRO

Moeda norte-americana ganha fôlego pela tarde e fecha com alta de 0,70%, vendida a R$ 2,735

Venda de papel cambial não segura dólar

DA REPORTAGEM LOCAL

A trégua no câmbio durou apenas dois dias. Mesmo com a venda de títulos cambiais feita pelo Banco Central, o dólar encontrou força para fechar em alta, vendido a R$ 2,735.
Mesmo com a venda de papéis cambiais no fim da manhã, o dólar não chegou a ser negociado ontem em baixa. Na mínima do dia, US$ 1 foi vendido por R$ 2,718 (alta de 0,07%).
Pela tarde, a moeda norte-americana voltou a ganhar fôlego diante do real para encerrar os negócios com valorização de 0,70%.
Ao mau humor do mercado somou-se o relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) que afirma que a economia brasileira vai crescer menos que o previsto anteriormente. Apesar de as projeções apenas ratificarem algo que o mercado já esperava, serviram de pretexto para os investidores pressionarem o câmbio.
A perspectiva de que a Standard & Poor's, agência de classificação de risco, venha diminuir a nota do Brasil também incomodou.
No pregão da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o valor do dólar nos contratos futuros também subiu. No contrato com vencimento em maio do próximo ano, as projeções apontam a moeda norte-americana cotada a R$ 3,028.
No leilão de ontem, o BC vendeu todo o lote de R$ 500 milhões em papéis cambiais. Os papéis vencem em maio de 2002.
A procura das empresas e dos bancos pelos títulos foi superior à oferta do BC. Isso mostra que há mais interessados em "hedge" (proteção) que os lotes que o governo vêm ofertando.
"A percepção do aumento de risco dos mercados emergentes incomodou o mercado", diz Sérgio Machado, diretor de tesouraria do banco Fator.
A diretora de câmbio da corretora AGK, Miriam Tavares, afirma que na segunda -quando o dólar recuou 4,02%- o BC monitorou o mercado mais de perto, cotando as diferentes taxas que os bancos praticavam.
Quando isso acontece, as instituições financeiras vendem dólares, com medo que o BC atue e derrube as cotações.
Mesmo com o dia mais tenso, os juros recuaram na BM&F. No contrato de prazo mais curto, o DI (que considera as taxas interbancárias) de outubro, a taxa caiu de 19,42% para 19,26% anuais.
(FABRICIO VIEIRA)


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