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MERCADO FINANCEIRO
Moeda norte-americana ganha fôlego pela tarde e fecha com alta de 0,70%, vendida a R$ 2,735
Venda de papel cambial não segura dólar
DA REPORTAGEM LOCAL
A trégua no câmbio durou apenas dois dias. Mesmo com a venda de títulos cambiais feita pelo
Banco Central, o dólar encontrou
força para fechar em alta, vendido
a R$ 2,735.
Mesmo com a venda de papéis
cambiais no fim da manhã, o dólar não chegou a ser negociado
ontem em baixa. Na mínima do
dia, US$ 1 foi vendido por R$
2,718 (alta de 0,07%).
Pela tarde, a moeda norte-americana voltou a ganhar fôlego
diante do real para encerrar os negócios com valorização de 0,70%.
Ao mau humor do mercado somou-se o relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) que
afirma que a economia brasileira
vai crescer menos que o previsto
anteriormente. Apesar de as projeções apenas ratificarem algo que
o mercado já esperava, serviram
de pretexto para os investidores
pressionarem o câmbio.
A perspectiva de que a Standard
& Poor's, agência de classificação
de risco, venha diminuir a nota do
Brasil também incomodou.
No pregão da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o valor do dólar nos contratos futuros
também subiu. No contrato com
vencimento em maio do próximo
ano, as projeções apontam a moeda norte-americana cotada a R$
3,028.
No leilão de ontem, o BC vendeu todo o lote de R$ 500 milhões
em papéis cambiais. Os papéis
vencem em maio de 2002.
A procura das empresas e dos
bancos pelos títulos foi superior à
oferta do BC. Isso mostra que há
mais interessados em "hedge"
(proteção) que os lotes que o governo vêm ofertando.
"A percepção do aumento de
risco dos mercados emergentes
incomodou o mercado", diz Sérgio Machado, diretor de tesouraria do banco Fator.
A diretora de câmbio da corretora AGK, Miriam Tavares, afirma que na segunda -quando o
dólar recuou 4,02%- o BC monitorou o mercado mais de perto,
cotando as diferentes taxas que os
bancos praticavam.
Quando isso acontece, as instituições financeiras vendem dólares, com medo que o BC atue e
derrube as cotações.
Mesmo com o dia mais tenso, os
juros recuaram na BM&F. No
contrato de prazo mais curto, o
DI (que considera as taxas interbancárias) de outubro, a taxa caiu
de 19,42% para 19,26% anuais.
(FABRICIO VIEIRA)
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