DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal acumulou até agosto R$ 22,1 bilhões de superávit primário (economia de receitas para pagamento de juros da dívida), ultrapassando a meta prevista para todo o ano, de R$ 21,3 bilhões.
O resultado acumulado equivale a 2,8% do PIB (Produto Interno Bruto, que é a soma das riquezas produzidas pelo país no ano) e inclui o desempenho do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central.
Pela meta do governo, o superávit previsto para agosto era de R$ 16,7 bilhões. Segundo o secretário do Tesouro, Fábio Barbosa, os R$ 5,4 bilhões obtidos acima da meta devem ser vistos com cautela.
Segundo ele, novembro e dezembro são meses de gastos elevados para o governo devido ao pagamento do 13º salário para os aposentados da Previdência Social e para o funcionalismo. Portanto o saldo extra acumulado poderá ser queimado nos últimos dois meses do ano.
Além disso, ressaltou o secretário, o Tesouro vem liberando dinheiro para os órgãos federais, mas eles não vêm gastando o total dos recursos.
"A execução média do Orçamento tem sido de 70%. A Saúde está próxima de 100%, mas outros órgãos, não", explicou Barbosa. Na avaliação dele, isso pode estar ocorrendo por atraso em licitações ou cronograma de obras.
"O que importa é que vamos cumprir a meta do acordo com o Fundo Monetário Internacional", garantiu o secretário.
Em agosto, o superávit do governo foi de R$ 2,4 bilhões. O Tesouro economizou R$ 3,5 bilhões para pagar os juros da dívida. O resultado acabou sendo reduzido pelos déficits de R$ 1 bilhão da Previdência e de R$ 42 milhões do Banco Central.
O secretário admitiu que a arrecadação da PPE (Parcela de Preços Específica, espécie de imposto embutido no preço da gasolina) poderá não ser suficiente para zerar a conta-petróleo, que é a dívida do governo com a Petrobras.



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