|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PRODUÇÃO
Planalto estuda desoneração em mais setores, diz ministro
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Fazenda
Guido Mantega admitiu ontem que setores da indústria
brasileira perderam competitividade internacional por
conta do câmbio valorizado e
afirmou que o governo "não
está dormindo no ponto" e
"vai continuar tomando medidas para compensar desvantagens cambiais reduzindo o custo tributário e financeiro das empresas".
Mantega fez as afirmações
após mais de duas horas de
reunião com representantes
do Iedi (Instituto de Estudos
para o Desenvolvimento Industrial), em que discutiu
com empresários os caminhos para o crescimento.
A principal preocupação
manifestada pelos empresários durante a reunião foi
com a questão cambial. Eles
também reivindicaram a redução da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) para
5,5% ao ano. A taxa encontra-se em 7,5% e hoje o CMN
(Conselho Monetário Nacional) deverá definir seu novo
patamar. Essa é a taxa que
baliza os investimentos do
setor produtivo.
Mantega considerou "ousada" a proposta de redução
de dois pontos percentuais
na TJLP, mas não arriscou
nenhum palpite sobre a decisão do CMN, hoje.
Segundo o ministro, o
Banco Central vai continuar
comprando reservas para
que o câmbio não siga se valorizando, e o governo adotará novas medidas para compensar o custo cambial das
empresas.
Mantega lembrou que há
dois ou três anos a economia
brasileira tinha uma vantagem cambial que encobria os
elevados custos financeiros,
tributários e de energia. "O
câmbio partiu para um patamar mais realista e perdeu a
vantagem que dava. Vamos
continuar reduzindo a taxa
de juros e o custo tributário
de alguns setores que ainda
têm impostos altos", acrescentou o ministro.
A desoneração feita no setor da construção civil, segundo Mantega, deverá ser
estendida a outros setores de
modo a dar competitividade
à indústria. Um desses setores para o qual o governo já
prepara medidas nesse sentido é o de bens de capital.
Mantega também negou
que a renegociação da dívida
dos agricultores do Nordeste, regulamentada ontem pelo CMN, tenha caráter eleitoral. O governo abre mão de
R$ 1 bilhão, em conseqüência da medida, beneficiando
os agricultores da região.
Texto Anterior: Dividendos de estatais chegam a R$ 9,6 bi de janeiro até agosto Próximo Texto: Renegociação de dívida rural custará R$ 1 bi Índice
|