São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 2006

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PRODUÇÃO

Planalto estuda desoneração em mais setores, diz ministro

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Fazenda Guido Mantega admitiu ontem que setores da indústria brasileira perderam competitividade internacional por conta do câmbio valorizado e afirmou que o governo "não está dormindo no ponto" e "vai continuar tomando medidas para compensar desvantagens cambiais reduzindo o custo tributário e financeiro das empresas".
Mantega fez as afirmações após mais de duas horas de reunião com representantes do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), em que discutiu com empresários os caminhos para o crescimento.
A principal preocupação manifestada pelos empresários durante a reunião foi com a questão cambial. Eles também reivindicaram a redução da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) para 5,5% ao ano. A taxa encontra-se em 7,5% e hoje o CMN (Conselho Monetário Nacional) deverá definir seu novo patamar. Essa é a taxa que baliza os investimentos do setor produtivo.
Mantega considerou "ousada" a proposta de redução de dois pontos percentuais na TJLP, mas não arriscou nenhum palpite sobre a decisão do CMN, hoje.
Segundo o ministro, o Banco Central vai continuar comprando reservas para que o câmbio não siga se valorizando, e o governo adotará novas medidas para compensar o custo cambial das empresas.
Mantega lembrou que há dois ou três anos a economia brasileira tinha uma vantagem cambial que encobria os elevados custos financeiros, tributários e de energia. "O câmbio partiu para um patamar mais realista e perdeu a vantagem que dava. Vamos continuar reduzindo a taxa de juros e o custo tributário de alguns setores que ainda têm impostos altos", acrescentou o ministro.
A desoneração feita no setor da construção civil, segundo Mantega, deverá ser estendida a outros setores de modo a dar competitividade à indústria. Um desses setores para o qual o governo já prepara medidas nesse sentido é o de bens de capital.
Mantega também negou que a renegociação da dívida dos agricultores do Nordeste, regulamentada ontem pelo CMN, tenha caráter eleitoral. O governo abre mão de R$ 1 bilhão, em conseqüência da medida, beneficiando os agricultores da região.


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