São Paulo, quinta-feira, 27 de setembro de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Valor das empresas na Bolsa já ultrapassa US$ 1 trilhão

Diante da surpreendente recuperação do mercado de ações nos últimos dias, o valor das 335 companhias abertas negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo já contabiliza um total de R$ 1,9 bilhão, mais do que 80% do PIB brasileiro. Em dólar, esse valor já ultrapassa a casa de US$ 1 trilhão.
A soma das cinco maiores empresas (Petrobras, Vale do Rio Doce, Banco Itaú, Bradesco e AmBev) equivale a R$ 789 bilhões, 40% do total negociado na Bolsa.
Todos esses números mostram que a Bolsa já superou o período da turbulência financeira dos últimos meses provocada pela crise no mercado imobiliário de segunda linha dos Estados Unidos.
O ponto mais crítico da crise foi atingido em 16 de agosto, quando o índice Bovespa recuou para 44.937 pontos. Ontem, pouco mais de um mês, o índice já subiu 33%, fechando a 59.714 pontos.
A recuperação da Bolsa nessa velocidade surpreendeu o mercado e deixou os especialistas atônitos. A dúvida é se esse período de euforia se trata ou não de uma bolha, já que, no mundo, não há garantias de que a crise financeira global já tenha chegado ao fim.
Para muitos, esse momento de otimismo ainda é reflexo da decisão do Fed, o Banco Central americano, de cortar meio ponto da taxa básica de juro. Muitos apostam em um segundo tempo da crise quando os balanços dos bancos forem divulgados em outubro.
O economista Paulo Esteves, sócio da consultoria Capital Partners, diz que há ainda muitas incertezas no mercado e não afasta o risco de o atual momento se tornar uma nova bolha, caso ocorra uma segunda fase da crise.
"O cenário internacional não é tão alvissareiro assim", afirma Esteves.
No mínimo, os sinais são conflitantes. Ao mesmo tempo que o mercado vive um período de exuberância, a turbulência ainda não sumiu no horizonte. "O Brasil pode se ressentir de uma nova crise lá na frente."

Designer carioca inaugura loja em aeroporto de SP

A crise aérea não assustou o designer de acessórios e objetos em resina, o carioca Carlos Alberto Sobral. Ele escolheu o aeroporto de Guarulhos para inaugurar uma loja e um quiosque.
"Tenho informações de que o estacionamento do aeroporto já aumentou seu faturamento em 50%", afirma.
Sobral começou a trabalhar com design na década de 70, quando vendia seus produtos na feira hippie da Praça General Osório, em Ipanema, no Rio. Hoje, além das lojas brasileiras, tem duas em Paris.

SÓ PARA HOMENS

O Boticário descobriu que os homens estão mais vaidosos. Uma pesquisa da empresa concluiu que os homens usam produtos de beleza e que há muito o que ser explorado neste segmento. Para atender o público, o Boticário lança uma linha voltada especialmente ao público masculino. "Investimos R$ 3 milhões no desenvolvimento e na criação da linha Men", diz o vice-presidente Artur Grynbaum. Durante a elaboração dos produtos foi levada em conta a aliança entre tecnologia e praticidade, uma exigência detectada em todos os entrevistados da pesquisa. Entre os lançamentos estão um corretivo-caneta, para facilitar o manuseio, e um "shower gel" que é ao mesmo tempo xampu e sabonete.

Frase

Os homens assumiram que são vaidosos (...) Itens masculinos já representam importante participação nas nossas vendas


ARTUR GRYNBAUM
Vice-presidente do Boticário

MERCADO
A financeira GE Capital analisa a compra do Banco Pine, que estreou com sucesso nas Bolsas de Valores em abril. O Pine atua no mercado de crédito consignado. É controlado pela família Pinheiro, cujos primos foram proprietários do BMC, vendido ao Bradesco.

ÀS COMPRAS
Marcelo Carvalho, presidente da Abrasce, estará, segunda-feira, na África do Sul, no "Retail Real Estate World Summit", encontro internacional promovido pelo ICSC (International Council of Shopping Centers), que reunirá líderes do setor para discutir tendências e o futuro do segmento. O empresário falará sobre oportunidades de negócios na América do Sul. No Brasil, a previsão de alta da indústria de shopping centers neste ano é de 10%, e deve chegar a R$ 55 milhões de faturamento.

SALA DE REUNIÃO
O presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, vai se reunir hoje com analistas e investidores da Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), de Belo Horizonte. Esta será a quinta reunião em menos de duas semanas, depois de Fortaleza, Porto Alegre, Brasília e Rio de Janeiro. O objetivo destes encontros -serão 14 em 2007- é apresentar um balanço das atividades e, também, as perspectivas futuras. A tendência de queda dos juros, por exemplo, deverá ser um indutor ao aumento da rentabilidade, pela incorporação de mais pessoas ao crédito e o aumento da segurança das carteiras.

DE SAÍDA
Flávio Pestana, diretor-geral da "Gazeta Mercantil", pediu o afastamento de suas funções. Nelson Tanure aceitou o pedido.

NOTÍCIAS
Na próxima segunda, a Gerência de Imprensa da Petrobras vai lançar a Agência Petrobras de Notícias, em evento no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. A nova agência terá mais de cem parceiros no Brasil e no mundo.

JUVENTUDE
Paulo Saab, presidente do Instituto Cidadania Brasil, vai aos EUA em outubro falar sobre jovens brasileiros no Center For Civic Education e na Universidade da Califórnia. Na pauta, pesquisa com estudantes sobre suas opiniões sobre política.

REGULAÇÃO
O papel das agências reguladoras será discutido em seminário do Sindicato dos Engenheiros de SP, amanhã. Entre os palestrantes está o ex-ministro e ex-presidente da Embraer, Ozires Silva, que vai fazer uma análise crítica da atuação da Anac.

LÚPULO
O Chopp Brahma, patrocinador da Oktoberfest, faz a estréia do Chopp Brahma Black nesta edição da festa, a partir do dia 4. Entre os lançamentos do evento estão as alemãs Spaten, Löwenbräu, Franziskaner Weissbier e as belgas Leffe.


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