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Slim cobra da Telefónica "clareza" sobre atuação no Brasil; espanhóis rebatem
DO "FINANCIAL TIMES"
Carlos Slim, o bilionário
mexicano das telecomunicações, cobrou da arquirrival
Telefónica, da Espanha, que
seja clara sobre seus planos
no mercado de celulares no
Brasil, o de crescimento mais
rápido na América Latina.
O grupo espanhol faz parte
de um consórcio que assumiu
uma participação controladora na Telecom Italia, que é
dona da TIM no Brasil -vice-líder do mercado de celulares.
A Telefónica já é dona da Vivo, a maior do mercado brasileiro, em joint-venture com a
Portugal Telecom. Slim e os
espanhóis também duelam
em telefonia fixa e internet.
Mas, num esforço para conseguir a aprovação da Anatel
(agência reguladora do setor),
a Telefónica disse que não
exercerá qualquer influência
sobre a TIM no Brasil, apesar
de pretender fazer parte do
grupo que controla a matriz
italiana. A Anatel deve decidir
sobre o negócio em outubro.
Em entrevista ao "FT",
Slim, considerado o homem
mais rico do mundo, disse
que a situação está "confusa".
"A coisa lógica a fazer, e por
isso acho ruim que eles [a Telefónica] não definam a situação, é que a Telefónica se una
à Telecom Italia no Brasil. O
que não gostamos é dessa incerteza, incerteza para a
agência reguladora brasileira,
incerteza para seus concorrentes, incerteza para o mercado", afirmou Slim.
Procurada, a Telefónica
disse que seu compromisso
de não interferir no Brasil, ou
em qualquer outro país onde
as duas companhias estejam
presentes, está sacramentado
num acordo com seus sócios
na Telecom Italia.
Slim chegou a disputar com
a Telefónica a compra da participação na tele italiana, como parte de uma oferta conjunta com a AT&T neste ano.
O negócio teria dado a Slim,
dono da Telmex, operadora
de linhas fixas no México, e da
América Móvil, de celulares,
uma fatia da Telecom Italia e,
mais importante, presença
maior no mercado brasileiro.
Mas a oferta conjunta não
deu certo, com a AT&T culpando a "incerteza" política e
regulatória, depois do que a
Telefónica entrou com sua
oferta. A confirmação dessa
oferta agora depende da aprovação das autoridades do Brasil e da Argentina, onde o grupo italiano também opera.
Slim, que tentou deter o
acordo da Telefónica -a Claro, sua operadora de celular,
conseguiu uma decisão temporária da Justiça para impedir que a Anatel considerasse
o caso-, acusou os espanhóis
de "falta de clareza".
"É confuso. De um lado eles
têm essa realidade [como
parte do grupo controlador
italiano] e de outro dizem que
não têm nada a ver com a operação. É como ser o parceiro
principal de um grupo controlador de uma companhia e
dizer que não tem nada a ver
com essa companhia."
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