São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2008

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Wachovia negocia fusão com o Citigroup

Americano Wells Fargo e espanhol Santander também aparecem como interessados na aquisição no banco de varejo

Dirigentes do Wachovia dizem que não há pressa para fechar nenhum negócio e que banco não enfrenta problemas de liquidez

DA REDAÇÃO

O Wachovia, um dos maiores bancos dos Estados Unidos, começou a negociar uma fusão com o Citigroup, disseram pessoas envolvidas nas negociações ao "New York Times". Segundo o "Wall Street Journal", as negociações incluem ainda o também americano Wells Fargo e o espanhol Santander.
Os dirigentes do Wachovia dizem que não há pressa para fechar nenhum negócio e que o banco não enfrenta problemas de liquidez, mas que, devido às incertezas no setor financeiro, a instituição está estudando várias opções. Os executivos do Wachovia devem ficar no fim de semana em Nova York para discutir um possível acordo.
As pressões, que vinham crescendo nas últimas semanas, aumentaram ainda mais depois que o JPMorgan comprou as operações do Washington Mutual, após intervenção federal, por US$ 1,9 bilhão.
As ações do Wachovia caíram 27,01% ontem (em um dia que o índice S&P 500, em Nova York, subiu 0,34%) e já acumulam queda de 73,4% no ano. Outro banco que também é visto como sob perigo é o National City, que teve desvalorização de 25,65% nos seus papéis.
"O Washington Mutual mostrou que qualquer um dos grandes bancos pode cair e, se você olhar para quem está entre os dez maiores e sofre mais pressão, o Wachovia estará lá", afirmou Stan Smith, professor da Universidade Flórida Central.
Esta é a segunda vez nos últimos dias em que o Wachovia é mencionado em alguma negociação. Na semana passada, havia rumores de que ele discutia uma fusão com o Morgan Stanley. Na ocasião, o Morgan Stanley era visto como a próxima instituição a cair, após a concordata do Lehman Brothers e a venda do Merrill Lynch.
Porém, com a possível compra de US$ 700 bilhões pelo governo dos Estados Unidos dos títulos podres das instituições financeiras, um acordo é visto como improvável -ainda mais que o Morgan Stanley negocia a venda de participação para o banco japonês Mitsubishi.
O Wachovia (que é o quarto ou o sexto maior banco dos EUA, dependendo do cálculo) teve prejuízo nos dois últimos trimestres, especialmente devido à sua exposição ao mercado de hipotecas com a compra em 2006 da financiadora Golden West Financial.

Fracasso
O presidente da SEC (a CVM americana), Christopher Cox, disse que os problemas no programa de supervisão voluntários dos bancos de investimento de Wall Street contribuiu para a crise financeira global.
"Os últimos seis meses deixaram muito claro que a regulação voluntária não funciona", afirmou, em nota, Cox, após uma auditoria interna da SEC criticar a atuação da entidade no monitoramento do Bear Stearns, o banco de investimento que entrou em colapso em março e foi vendido ao JPMorgan, em uma operação coordenada pelo BC dos EUA.


Com Bloomberg e "The New York Times"


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