São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2008

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Governo usará compulsórios para agronegócio

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Para não estrangular a concessão do crédito rural da safra 2008/9 por causa da crise financeira internacional, o governo planeja transferir para os produtores parte dos fundos dos depósitos compulsórios dos bancos.
Representantes dos ministérios da Agricultura e da Fazenda, do Banco do Brasil e do Banco Central estão em "conversações muito boas" para evitar que faltem recursos para o agronegócio, afirmou ontem em Curitiba o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura).
Devido à importância estratégica da agricultura brasileira na balança comercial, o ministro afirmou que não há resistências da equipe econômica para usar os depósitos compulsórios.
"Eu até brinco às vezes dizendo que o ministro da Agricultura passou a ser mais importante porque ele passa agora a participar de reuniões na área econômica" disse Stephanes.
Na quarta, o Banco Central anunciou alterações em "caráter pontual" para os depósitos compulsórios. A finalidade é injetar mais recursos no mercado financeiro.
"O governo está tentando resolver [os problemas iniciados com a crise norte-americana] liberando recursos dos depósitos compulsórios. A gente espera com isso dar liquidez a esse mercado", afirmou Stephanes.
Por lei, os depósitos compulsórios recolhidos ao BC pelas instituições servem para garantir o poder de compra da moeda nacional.
Segundo Stephanes, o setor agrícola não será afetado pela crise, em razão da demanda por alimentos.
"A gente acha que [o produto agrícola] será o último item que vai deixar de ser consumido."


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