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Crise não é o fim do poderio americano, afirma Rice
Secretária de Estado diz que país vai emergir "mais forte"
DA REUTERS
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou ontem que os EUA vão
emergir mais fortes depois da
crise financeira e que não há
nenhuma plano para cortar
programas assistenciais para financiar o pacote de socorro
americano.
Rice rejeitou que os EUA vão
perder seu status de superpotência e que a capacidade de
"fazer diplomacia" não foi afetada pela crise, que tem afundando Bolsas em todo o mundo."Trata-se de uma crise financeira, e os EUA têm fundamentos econômicos muito fortes, inclusive a força de trabalho mais produtiva no mundo",
disse.
As críticas aos EUA têm vindo sobretudo de opositores, como o presidente boliviano Evo
Morales. Mas aliados, como a
França e a Alemanha, também
buscam os culpados, além de
questionar o impacto que a crise provocará ao poderio americano no longo prazo.
O presidente francês, Nicolas
Sarkozy, pediu que os responsáveis sejam punidos, e o ministro das Finanças da Alemanha, Peer Steinbrueck, pôs a
culpa na sanha por lucros dos
investidores, prevendo o declínio de poder americano.
"Eu acho que os EUA vão
emergir e emergir mais fortes
do que nunca, porque esta é
uma crise financeira que precisa ser administrada", disse Rice. A secretária de Estado minimizou os comentários de Evo
Morales, que disse haver um levante contra o sistema capitalista. "Francamente, eu não vou
aceitar um juízo econômico de
Evo Morares. Eu acho que ele
tem os seus próprios problemas na Bolívia neste momento", disse.
Pacote
O governo americano espera
que um pacote de US$ 700 bilhões, em negociação no Congresso, possa solucionar a crise
que se estabeleceu no sistema
financeiro. Rice disse que os
EUA são uma nação com "recursos imensos" que poderiam
acalmar a tormenta.
Muitos analistas dizem que o
pacote pode desviar recursos
de outras áreas do Orçamento e
aumentar o déficit público. O
Tesouro americano tem sido
questionado sobre o aumento
do déficit, que poderia chegar a
US$ 11.315 trilhões, depois de
financiar os US$ 700 bilhões do
pacote. Enquanto o governo
tenta se recompor dos efeitos
do pacote, a conta final da ajuda
pode rivalizar com os gastos no
Iraque e no Afeganistão, que já
passaram dos US$ 800 bilhões
desde 2001.
"Eu estou segura de que o secretário do Tesouro [Henry]
Paulson e o presidente estão
atentos para os recursos que
precisamos aqui, agora e mais à
frente. O fato que é precisamos
fazer isso", disse. Sobre o possibilidade de cortes em programas sociais, Rice afirmou: "Eu
não acho que haja nenhuma
discussão neste sentido".
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