São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2008

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Crise não é o fim do poderio americano, afirma Rice

Secretária de Estado diz que país vai emergir "mais forte"

DA REUTERS

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou ontem que os EUA vão emergir mais fortes depois da crise financeira e que não há nenhuma plano para cortar programas assistenciais para financiar o pacote de socorro americano.
Rice rejeitou que os EUA vão perder seu status de superpotência e que a capacidade de "fazer diplomacia" não foi afetada pela crise, que tem afundando Bolsas em todo o mundo."Trata-se de uma crise financeira, e os EUA têm fundamentos econômicos muito fortes, inclusive a força de trabalho mais produtiva no mundo", disse.
As críticas aos EUA têm vindo sobretudo de opositores, como o presidente boliviano Evo Morales. Mas aliados, como a França e a Alemanha, também buscam os culpados, além de questionar o impacto que a crise provocará ao poderio americano no longo prazo.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, pediu que os responsáveis sejam punidos, e o ministro das Finanças da Alemanha, Peer Steinbrueck, pôs a culpa na sanha por lucros dos investidores, prevendo o declínio de poder americano.
"Eu acho que os EUA vão emergir e emergir mais fortes do que nunca, porque esta é uma crise financeira que precisa ser administrada", disse Rice. A secretária de Estado minimizou os comentários de Evo Morales, que disse haver um levante contra o sistema capitalista. "Francamente, eu não vou aceitar um juízo econômico de Evo Morares. Eu acho que ele tem os seus próprios problemas na Bolívia neste momento", disse.

Pacote
O governo americano espera que um pacote de US$ 700 bilhões, em negociação no Congresso, possa solucionar a crise que se estabeleceu no sistema financeiro. Rice disse que os EUA são uma nação com "recursos imensos" que poderiam acalmar a tormenta.
Muitos analistas dizem que o pacote pode desviar recursos de outras áreas do Orçamento e aumentar o déficit público. O Tesouro americano tem sido questionado sobre o aumento do déficit, que poderia chegar a US$ 11.315 trilhões, depois de financiar os US$ 700 bilhões do pacote. Enquanto o governo tenta se recompor dos efeitos do pacote, a conta final da ajuda pode rivalizar com os gastos no Iraque e no Afeganistão, que já passaram dos US$ 800 bilhões desde 2001.
"Eu estou segura de que o secretário do Tesouro [Henry] Paulson e o presidente estão atentos para os recursos que precisamos aqui, agora e mais à frente. O fato que é precisamos fazer isso", disse. Sobre o possibilidade de cortes em programas sociais, Rice afirmou: "Eu não acho que haja nenhuma discussão neste sentido".


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