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Queda de juros deve continuar em 2007
Em ata, BC afirma que chegou a analisar, na semana passada, corte de apenas 0,25 ponto na Selic, mas prevaleceu redução de 0,5
Ao reduzir projeções de novos reajustes de tarifas, Copom acena com a continuidade de queda da taxa básica no ano que vem
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco Central reduziu sua
projeção para o aumento esperado das tarifas públicas e dos
preços administrados no ano
que vem, reforçando a expectativa de analistas de mercado de
que os juros continuarão em
queda ao longo de 2007.
Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) reduziu a taxa Selic
de 14,25% ao ano para 13,75%.
Foi o 11º corte seguido nos juros. Ontem, foi divulgado o documento que explica os motivos que levaram à decisão.
Segundo o texto, a diretoria
do BC chegou a considerar a
possibilidade de baixar os juros
em apenas 0,25 ponto percentual, mas concluiu que a "melhora significativa no cenário
prospectivo para a inflação" dava espaço para um corte maior.
Entre os fatores que explicam essa melhora do cenário
apontada pelo BC estão a queda
nas expectativas do setor privado sobre a inflação e o próprio
comportamento, melhor do
que o esperado, dos principais
índices de preço.
Mas o item que mais se destacou foi a queda na projeção de
aumento dos chamados preços
monitorados -que inclui tarifas públicas e preços como o
dos combustíveis- no ano que
vem. A estimativa passou de
6,1% para 5,4%, o que significa
menos pressão sobre a inflação.
A expectativa do mercado é
que o IPCA suba 4,2% em 2007
-abaixo dos 4,5% da meta do
governo. E há quem considere
que as estimativas estão um
pouco superestimadas e podem
cair. "O mercado ainda não parou para analisar com lupa a inflação de 2007. Quando isso
acontecer, acho que vai ter
muita gente revisando esses
números para baixo", afirma
Carlos Cintra, gerente de renda
fixa do banco Prosper.
Segundo Cintra, a maior parte dos analistas de mercado
ainda aposta numa redução de
0,25 ponto na taxa Selic na próxima reunião do Copom, marcada para novembro, mas isso
ainda pode mudar de acordo
com os indicadores econômicos que forem divulgados até lá.
O economista-chefe do Unibanco, Marcelo Salomon, concorda. Para ele, a dúvida está na
duração do processo de corte
dos juros. Nas contas de Salomon, o Copom deve cortar 0,25
ponto em novembro e mais
quatro da mesma magnitude
no início de 2007.
O documento divulgado ontem pelo BC dá poucas pistas
sobre o futuro da taxa Selic, já
que boa parte de seu conteúdo
foi copiada da ata da reunião de
agosto do Copom. Já naquela
ocasião, foi dito que um corte
de 0,25 ponto nos juros foi considerado, mas prevaleceu a opinião de que uma redução de 0,5
ponto seria mais adequada.
Desde setembro de 2005, a
Selic caiu de 19,75% ao ano para
13,75%. Parte da queda, porém,
apenas acompanhou o recuo da
inflação. Nesse período, o juro
real passou de cerca de 11,5% ao
ano para cerca de 8,5%.
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