São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 2008

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BCs definem juro no Brasil, nos EUA e no Japão

Sai na quarta 1ª prévia do PIB dos EUA no 3º trimestre

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana promete ser muito intensa no mercado financeiro. Para os próximos dias, estão agendadas reuniões de política monetária, que definirão as taxas básicas de juros nos EUA, no Brasil e no Japão.
Na quarta-feira, tanto os dirigentes do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) quanto os do Copom (Comitê de Política Monetária do BC brasileiro) vão anunciar como fica a nova taxa de juros de cada país. O BC japonês se reúne apenas na sexta-feira.
Investidores e analistas esperam que a taxa seja reduzida de 1,50% para 1,25% anuais nos Estados Unidos. No Brasil, a expectativa predominante é a de que a taxa Selic se mantenha nos atuais 13,75% ao ano.
Além das definições dos juros, o mercado irá se deparar com uma série de indicadores relevantes para tentar compreender em que ritmo anda a maior economia do mundo.
Dentre as divulgações, a mais aguardada é a prévia inicial do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos no terceiro trimestre. No mercado, a previsão esperada é a de uma retração de 0,5% no PIB.
Entre hoje e quarta-feira, dados do setor imobiliário americano estão na agenda. Haverá a divulgação dos resultados das vendas de imóveis novos de setembro, o índice de preços de imóveis e a solicitação de empréstimos hipotecários.
O mercado também vai se deparar com o índice do setor manufatureiro medido pelo Fed de Richmond, as encomendas de bens duráveis e os pedidos de auxílio-desemprego -importante termômetro do ritmo da economia.
"No início deste mês, em resposta ao agravamento da crise financeira internacional e aos temores de recessão global, o Fed e outros bancos centrais decidiram reduzir, por meio de uma ação coordenada, as respectivas taxas básicas de juros", diz Elson Teles, economista-chefe da Concórdia. No caso dos EUA, os juros foram cortados de 2% para 1,5%.
"O comunicado da reunião de emergência justificou a decisão citando a intensificação da crise financeira e o conseqüente aumento dos riscos de desaceleração do crescimento econômico, o que deveria permitir, mais à frente, a redução dos riscos inflacionários. Agora o mercado espera que o Fed reduza a taxa básica de juros em 0,25 ponto, para 1,25% ao ano", completa o economista.
Na sexta-feira, o presidente do Fed, Ben Bernanke, volta a fazer um pronunciamento. Neste cenário de crise, os discursos feitos por Bernanke têm sido acompanhados em todo o mundo com muita atenção.

Agenda interna
A semana terá poucos dados relevantes para serem apresentados no Brasil, com os investidores concentrando suas atenções na reunião do Copom.
"A decisão do Copom de outubro é das mais difíceis dos últimos tempos, senão a mais difícil, dada a complexidade de traçarmos cenários em um ambiente conturbado como o atual. Nesse contexto, acreditamos que o Banco Central deve optar pela manutenção da taxa de juros em 13,75%", afirma Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.
Na semana passada, o presidente do BC, Henrique Meirelles, afirmou que o compromisso da autoridade monetária é com a meta de inflação.
Como os índices de preços ainda seguem como uma ameaça, há quem confie em uma elevação de 0,25 ponto percentual na taxa Selic nesse que será o penúltimo encontro do Copom de 2008. Já a hipótese de uma redução da taxa básica Selic neste momento é considerada a mais difícil de se concretizar.


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