São Paulo, quarta-feira, 27 de novembro de 2002

Texto Anterior | Índice

ÁGUIA EM TRANSE

Revisão mostra expansão de 4% no terceiro trimestre, mas ritmo deve recuar nos últimos três meses do ano

PIB dos EUA cresce mais que o previsto; confiança sobe

DA REDAÇÃO

A economia norte-americana cresceu no terceiro trimestre mais do que havia sido estimado inicialmente. Outra boa notícia ontem foi que as expectativas dos consumidores do país apresentaram uma recuperação, após cinco meses consecutivos de queda.
De acordo com números revisados, divulgados ontem pelo Departamento de Comércio dos EUA, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu a um ritmo anualizado de 4% entre julho e setembro. A estimativa inicial apontava uma expansão de 3,1%. No segundo trimestre, a taxa de crescimento foi um anêmico 1,3%.
A revisão para cima reflete as sólidas vendas do setor automobilístico e uma recomposição dos estoques da indústria e do comércio. A demanda agregada saltou 3,5% no período, também mais do que se estimara.
"Os números são respeitáveis", disse Todd Finkelstein, diretor da consultoria Boston Advisors. "Mesmo sem considerar a formação de estoques, a economia deu sinais claros de vigor."
Ainda assim, para os economistas, a atividade passou por uma desaceleração nos últimos dois meses. As estimativas para o crescimento no último trimestre do ano giram em torno de uma taxa anualizada de 1,5%.
O relatório do Departamento de Comércio mostrou uma queda de 0,7% nos gastos das empresas em equipamentos e instalações. A retração, a oitava trimestral seguida, demonstra que as companhias ainda não voltaram a investir no aumento da produção, o que também deverá impedir uma melhora no mercado de trabalho.

Confiança restaurada?
O Conference Board, grupo privado de pesquisa com sede em Nova York, informou que o índice de confiança do consumidor aumentou de 79,6 pontos, em outubro, para 84,1, dando fim a cinco meses seguidos de retração. Mas o indicador ficou abaixo das expectativas dos analistas do mercado, que esperavam uma leitura em torno de 85 pontos.
"A recuperação das expectativas sugere que os consumidores não esperam uma piora da situação econômica", afirmou Lynn Franco, diretora de pesquisa do Conference Board.
O subíndice de condições atuais, que mede a visão dos consumidores sobre a economia e suas finanças no momento, cresceu ligeiramente, de 77,2 pontos, o menor patamar desde o início de 1994, para 77,6 pontos. O subíndice de expectativas, que diz respeito à avaliação dos consumidores para os próximos seis meses, saltou de 81,1 pontos para 88,4 pontos.
Já as vendas de casas novas, que haviam atingido um recorde histórico em setembro, recuaram 4,5% no mês passado.
A bateria de indicadores positivos não surtiu efeito positivo no mercado financeiro. O Dow Jones fechou em queda de 1,95%, enquanto o Nasdaq caiu 2,53%.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Comércio: Plano de Bush não é prioridade, diz OMC
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.