São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2008

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Bolsa mantém fôlego e sobe 16,7% na semana

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa conquistou ontem seu terceiro pregão consecutivo de alta. Os ganhos acumulados na semana já alcançam 16,70%, sendo que apenas ontem a Bolsa subiu 4,76%.
Porém, mesmo com essas altas seguidas, o índice Ibovespa ainda está no vermelho no mês. Aos 36.469 pontos, registra baixa de 2,11% em novembro. No ano, a queda está em 42,91%.
Para o câmbio, o dia menos tenso resultou em uma depreciação de 2,07% do dólar, que encerrou cotado a R$ 2,275.
O resultado da Bolsa ontem se apoiou na recuperação das commodities no mercado internacional. Com o petróleo em alta de 7,2% em Nova York, para US$ 54,44, as ações da Petrobras estiveram entre os destaques do pregão. O papel preferencial da estatal subiu 5,99%, e o ordinário, 4,84%.
Mas a ação PN da Petrobras, que é a mais negociada da Bovespa, terá de atravessar muitos pregões de alta para sair do vermelho. No ano, a ação acumula desvalorização ainda muito elevada, de 53,3%.
As companhias siderúrgicas e mineradoras brasileiras não ficaram para trás na Bolsa ontem: Gerdau PN se apreciou em 12,33%; CSN ON ganhou 5,39%; e Vale ON, 2,90%.
No setor bancário, destaque para as altas de Banco do Brasil ON (9,39%) e Itaú PN (7,33%).
Os mercados nos EUA também tiveram um dia positivo. O índice Dow Jones subiu 2,91%. A Bolsa Nasdaq ganhou 4,6%.
A alta das ações americanas ocorreu mesmo com a divulgação do índice de gastos dos consumidores, que apresentou recuo de 1% em outubro. Outros indicadores negativos também foram conhecidos, como a queda de 5,3% nas vendas de novas casas nos EUA no mês passado, para o menor nível desde 1991. De positivo, foi divulgado que os novos pedidos de seguro-desemprego no país recuaram em 14 mil na última semana.
Hoje, com o feriado do dia de Ação de Graças nos EUA, o mercado brasileiro deve ter pregões bem mornos. A movimentação financeira na Bovespa ontem foi mais forte que a dos últimos pregões, ao alcançar R$ 4,5 bilhões.
Mesmo com a recuperação vivida pela Bolsa na semana, analistas afirmam que é cedo para contar com uma mudança de tendência no mercado.
"O mercado deu uma desanuviada com as últimas ações dos BCs e dos governos. Para a Bovespa, a recuperação do petróleo também tem sido bastante importante", diz Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.
A divulgação do IPCA-15 ontem não chegou a mexer com o mercado doméstico. Apesar de elevado -o indicador subiu 0,49%-, o resultado do índice de preços ficou dentro da expectativa dos analistas.
"Não acredito que a inflação nos atuais níveis leve o Copom a retomar o ciclo de alta da taxa básica Selic. A manutenção da Selic em 13,75% é o mais provável para ocorrer na próxima reunião do Copom", diz Rosa.
No pregão da BM&F, os contratos futuros de juros pouco oscilaram após o dado de inflação. Para o contrato que vence na virada do ano, a taxa foi de 13,59% para 13,60%, o que demonstra que a maioria dos investidores conta com a manutenção da Selic em dezembro.


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