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Construtoras já atrasam pagamentos
Falta de remuneração por serviços prestados provoca atraso no salário de trabalhadores da construção civil
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As subempreiteiras que prestam serviços às construtoras
relatam demora no recebimento pelas obras e atrasam os salários dos funcionários, em mais
um efeito da crise financeira internacional.
Ontem, uma manifestação de
trabalhadores do setor de construção civil ocupou uma pista
da marginal Pinheiros, em São
Paulo, contra a Matec Engenharia e mais 20 empreiteiras
responsáveis por obras no
complexo Cidade Jardim.
Antes, na madrugada, os trabalhadores paralisaram as
obras no local. Os sindicalistas
queixam-se da falta de pagamento e da omissão no fornecimento de vale transporte e cesta básica.
A DM3, que trata de instalações elétricas e hidráulicas, relata demora no recebimento
por serviços no complexo Cidade Jardim e em dois outros empreendimentos em São Paulo.
"Estamos há 56 dias sem receber por um trabalho que realizamos em Santos. Por enquanto, temos caixa para garantir os salários, mas, se passar de dois meses, as coisas ficam mais difíceis", diz o sócio
da DM3 Maurício La Motta. "É
um problema que está mais nítido agora. Estamos todos sujeitos a esse tipo de atrasos."
A Riplan, que trabalha na
parte de alvenaria do complexo, admite que teve de atrasar o
salário dos funcionários em
quase uma semana em outubro, porque não recebeu o pagamento pelos serviços. Segundo a empresa, os adiantamentos dos funcionários agora já
estão sendo pagos.
Por meio de comunicado, a
Matec afirma estar "em dia perante suas obrigações com empreiteiros" e que irá "intensificar a fiscalização com seus parceiros para se certificar de que
as obrigações com funcionários
sejam cumpridas".
Com isso, o Sintracon-SP
(sindicato dos trabalhadores da
construção civil) afirma que
pode haver acordo. Uma assembléia dos trabalhadores para decidir sobre o fim das paralisações está marcada para hoje
pela manhã.
De acordo com o presidente
do Sintracon-SP, Antonio de
Sousa Ramalho, em meio à crise, aumentam os "abusos" contra os trabalhadores.
"Sem dúvida, a crise não é
uma "marolinha", mas muitas
empresas aproveitam para
abusar." Segundo ele, há cerca
de 150 desligamentos de trabalhadores por dia. "Aí, recontratam por um salário mais baixo."
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