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VIZINHO EM CRISE
BC deixa de oferecer moeda no varejo
No 1º dia sem câmbio oficial, dólar tem queda de 1,7% na Argentina
MARCELO BILLI
BUENOS AIRES
O governo argentino começou
ontem a abandonar as políticas de
controle da taxa de câmbio. Ontem, o Banco Central parou de
vender dólares no varejo e, mesmo sem a participação do banco,
a cotação da moeda norte-americana caiu 1,7%, a 3,43 pesos.
Com o fim das operações de
compra e venda no varejo, o governo elimina um dos controles
que exercia sobre o câmbio. Até a
terça-feira passada, havia duas taxas: a livre, determinada pela
oferta e procura de dólares no
mercado; e a oficial, a taxa do BC.
O governo havia adotado a política de vender pequenas quantidades de dólares por meio dos
bancos e casas de câmbio. Assim,
o BC podia controlar o preço pelo
qual a moeda era vendida aos pequenos investidores.
A política havia sido adotada
em março, quando a população
que possuía pesos lotava as casas
de câmbio e bancos à procura de
dólares. Os argentinos temiam a
volta da inflação e procuravam
defender seu patrimônio.
Na época, a política de permitir
a venda de pequenos volumes a
preços determinados ajudou a
conter a desvalorização do peso.
Os analistas avaliam que a política
tinha um efeito "psicológico".
Apesar de o volume total de transações no varejo ser pequeno, é a
cotação nesse mercado que é publicada em todas as casas de câmbio e jornais, e, dessa maneira, a
cotação oficial acabava influenciando a cotação livre.
O BC argentino vai continuar
atuando no atacado, vendendo e
comprando dólares quando avaliar que essa política é necessária
-como faz o BC brasileiro.
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