São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 2002

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VIZINHO EM CRISE

BC deixa de oferecer moeda no varejo

No 1º dia sem câmbio oficial, dólar tem queda de 1,7% na Argentina

MARCELO BILLI
BUENOS AIRES

O governo argentino começou ontem a abandonar as políticas de controle da taxa de câmbio. Ontem, o Banco Central parou de vender dólares no varejo e, mesmo sem a participação do banco, a cotação da moeda norte-americana caiu 1,7%, a 3,43 pesos.
Com o fim das operações de compra e venda no varejo, o governo elimina um dos controles que exercia sobre o câmbio. Até a terça-feira passada, havia duas taxas: a livre, determinada pela oferta e procura de dólares no mercado; e a oficial, a taxa do BC.
O governo havia adotado a política de vender pequenas quantidades de dólares por meio dos bancos e casas de câmbio. Assim, o BC podia controlar o preço pelo qual a moeda era vendida aos pequenos investidores.
A política havia sido adotada em março, quando a população que possuía pesos lotava as casas de câmbio e bancos à procura de dólares. Os argentinos temiam a volta da inflação e procuravam defender seu patrimônio.
Na época, a política de permitir a venda de pequenos volumes a preços determinados ajudou a conter a desvalorização do peso. Os analistas avaliam que a política tinha um efeito "psicológico". Apesar de o volume total de transações no varejo ser pequeno, é a cotação nesse mercado que é publicada em todas as casas de câmbio e jornais, e, dessa maneira, a cotação oficial acabava influenciando a cotação livre.
O BC argentino vai continuar atuando no atacado, vendendo e comprando dólares quando avaliar que essa política é necessária -como faz o BC brasileiro.


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