São Paulo, sábado, 27 de dezembro de 2008

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CMN aprova nova ajuda a bancos menores

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em reunião extraordinária do CMN (Conselho Monetário Nacional), o governo aprovou mais uma medida para tentar estimular a transferência de recursos de instituições maiores para os bancos médios e pequenos, para que estes possam continuar oferecendo crédito.
Na prática, a mudança permitirá que os bancos que venderem para o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) ou para outra instituição uma carteira de crédito com risco de calote não tenham mais nenhuma responsabilidade sobre essas operações e ainda possam contabilizar o lucro da transação, quando houver.
Como o FGC foi recentemente autorizado a aumentar as compras de carteira, atuando como um dos principais salvadores de primeira instância dos bancos, sobretudo, médios e pequenos, ele deverá assumir o risco dessas carteiras.
A mudança, na verdade, é um passo atrás numa regra editada pelo Banco Central no início deste ano, que entraria em vigor no início de 2009. A partir de janeiro, as instituições financeiras que vendessem suas carteiras de crédito com risco substancial seriam obrigadas a manter essas operações com maior chance de calote registradas no balanço, sendo co-responsáveis por elas. Além disso, não poderiam contabilizar como lucro essas vendas.
Para classificar as carteiras, há uma fórmula definida pelo BC que leva em conta as chances de inadimplência e a situação corrente da economia.
Agora, com a nova decisão, essa regra tida como prudencial ficou para 2010. A avaliação do governo é que, neste momento de crise, ela inviabilizaria a venda de carteiras. E essa operação tem sido necessária para assegurar recursos a bancos menores com dificuldade de captar no mercado pelos canais tradicionais. Os pequenos e médios bancos atuam principalmente no financiamento de crédito consignado (com desconto em folha) e de veículos novos e usados.
No dia 15, também com o objetivo de estimular a oferta de crédito para as pequenas e médias instituições, o BC decidiu elevar em mais R$ 6,5 bilhões o volume de recursos disponíveis para bancos com esse perfil.
Isso foi feito por meio do uso de reservas do FGC, criado para garantir o depósito dos clientes em caso de quebra de um banco. Com a medida, o FGC ampliou sua capacidade de intervenção, podendo destinar até R$ 9 bilhões aos bancos pequenos e comprar os créditos antes mesmo de serem realizados.


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