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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Fabricação de trens gera demanda em vários segmentos
O setor ferroviário deve puxar crescimento em vários outros segmentos em 2010. Fabricantes de trens já se mobilizam
e demais elos da cadeia terão de
se preparar com investimentos
para atender à demanda.
A encomenda de 57 trens,
tanto para Metrô quanto para
CPTM (Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos), impulsionará a produção dos mais diversos produtos, de trilhos a ar-condicionado e estofamentos.
"Vão ter que se preparar para
produzir, caso contrário, os
trens terão de vir de fora mesmo", diz uma fonte do setor.
Já vieram da Espanha dois
trens para o Metrô e dois para a
CPTM. São protótipos. Os outros trens serão feitos no Brasil,
com custo menor.
No Metrô, serão 17 novos
trens ao todo, 15 deles, produzidos no país. Na CPTM, o total
chega a 40, sendo que 38 serão
feitos no Brasil.
A espanhola CAF acaba de
inaugurar uma fábrica em Hortolândia (SP), com cerca de 900
funcionários, para atender a
encomenda do governo. Outras
empresas já mostraram interesse em produzir no país também. No exterior, a demanda
está igualmente aquecida.
"Pensamos que teríamos facilidade na negociação para a
compra de trens, mas nosso poder de fogo era muito baixo, se
comparado ao de outras companhias", conta Renato Alves
Vale, presidente da CCR.
A empresa comprou 96 vagões da Rotem, da Coreia do
Sul, e da alemã Siemens.
"Nossa encomenda era um
cisco. A fábrica coreana é enorme", diz Vale.
Nem só novos trens agitarão
o mercado. A reforma de toda a
frota do Metrô, que contabiliza
98 trens, também causará impactos na cadeia de fornecedores do setor.
SEM ESTÍMULO PARA DOAR
"Não há estímulo para as pessoas jurídicas lucrativas
fazerem doações às instituições sem fins lucrativos privadas", diz Liana Moraes, diretora-executiva da Fundação
Antônio Prudente, mantenedora do Hospital do Câncer A.
C. Camargo. Para ser dedutível do imposto, a doação é limitada a até 2% do lucro operacional da empresa.
Pessoas jurídicas podem também abater doações para
instituições científicas e tecnológicas públicas. As instituições filantrópicas privadas, porém, não se beneficiam dessa regra, apesar de muitas delas serem braços essenciais
do Estado, lembra Liana. Há um projeto de lei (3558/
2008) em tramitação, da deputada Maria do Rosário (PT-RS), para que se possa doar também para projetos de pesquisa científica de filantrópicas particulares.
No caso de pessoas físicas, só podem ser abatidos até
6% do IR apurado na declaração, antes da compensação
de valores recolhidos na fonte. É um percentual pequeno
e limitado a instituições que cuidam de crianças.
ALAVANCA PARA O AGRONEGÓCIO
"O governo federal poderia trabalhar de forma mais
ativa para alavancar o agronegócio." A opinião é de
Carlo Lovatelli, presidente
da Abag (Associação Brasileira de Agribusiness) e vice-presidente da Bunge.
"Sentimos na pele as barreiras não tarifárias. O Brasil está incomodando. E é
preciso que o governo atue
nessa área."
O país deveria aproveitar
a visibilidade que teve na
COP-15, diz Lovatelli.
"Somos o país com mais
condições de fornecer alimentos para o mundo. O
governo precisa investir
na imagem do Brasil."
O executivo lembra que
a redução do desmatamento tem um custo. O
Brasil deve ser remunerado "por serviços prestados. "Se o mundo quer
que preservemos nossas
florestas, deve agir nesse
sentido", afirma Lovatelli.
Para o executivo, a COP-15, independentemente de
seus resultados, vai dar ao
país uma agenda de trabalho. Lovatelli afirma estar
otimista com relação ao
uso de créditos de carbono.
"Fazendo pequenos ajustes, vamos ter o mercado
de carbono em nossas
mãos; todos vão pagar por
nossos créditos", diz.
Se ainda é muito irrisório? "Era zero. Já está melhorando e será um mercado interessante."
[O sucesso] está mais
relacionado à
oportunidade do
negócio e à capacidade
do empreendedor de
conseguir um ponto
bom, com layout
bonitinho, adequado ao
público-alvo, das
classes A e B. Não
adianta fazer "um pé
sujo", porque ninguém
vai tomar iogurte "em
pé sujo"
FRANCISCO BARONE
professor da FGV
com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK
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