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Alencar pede a
queda dos juros,
mais uma vez
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Numa prática que se tornou constante quando assume interinamente a Presidência, José Alencar voltou
ontem a cobrar a redução da
taxa básica de juros. O presidente interino, porém, elogiou a política monetária
adotada no ano passado pelo governo federal para controlar a inflação -até então,
rotulada por ele mesmo como "conservadora".
Na semana passada, após a
decisão do BC de manter a
Selic em 16,5% ao ano, Alencar prometeu, como fizera
também em 2003, não mais
falar sobre as decisões do
Copom (Comitê de Política
Monetária).
Ontem, no Palácio do Planalto, durante a transmissão
do cargo de secretário especial do CDES (Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social) de Tarso Genro a
Jaques Wagner, Alencar disse: "[O risco de inflação em
2003] realmente nos preocupou profundamente. E é a
razão pela qual [...] obviamente não se poderia também abrir mão de uma política monetária que impedisse o retorno da inflação. Isso
foi feito, com grande sacrifício. Mas chegamos ao final
do ano passado com o resultado que nós poderíamos
classificar como positivo."
Alencar disse que apresentará à equipe de governo
uma lista de 40 países com
suas respectivas taxas básicas reais de juros previstas
para 2004. A média, segundo
ele, seria de 1,5% -contra
os atuais 9,9% no Brasil.
Ele também pediu que os
conselheiros discutam a redução dos juros e que "impregnados" dessa idéia possam encaminhar suas sugestões ao presidente Lula, via
Jaques Wagner.
No Senado, o diretor de
Política Econômica do BC,
Afonso Bevilaqua, disse que
a política econômica não deve ser "mais ousada ou menos ousada, mas responsável". Bevilaqua respondia a
uma provocação feita pelo
senador César Borges (PFL-BA), que lembrou os comentários do megainvestidor
George Soros no Fórum
Econômico Mundial na semana passada.
Soros disse que a política
econômica brasileira estava
sendo muito conservadora.
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