São Paulo, quarta-feira, 28 de janeiro de 2004

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Alencar pede a queda dos juros, mais uma vez

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Numa prática que se tornou constante quando assume interinamente a Presidência, José Alencar voltou ontem a cobrar a redução da taxa básica de juros. O presidente interino, porém, elogiou a política monetária adotada no ano passado pelo governo federal para controlar a inflação -até então, rotulada por ele mesmo como "conservadora".
Na semana passada, após a decisão do BC de manter a Selic em 16,5% ao ano, Alencar prometeu, como fizera também em 2003, não mais falar sobre as decisões do Copom (Comitê de Política Monetária).
Ontem, no Palácio do Planalto, durante a transmissão do cargo de secretário especial do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) de Tarso Genro a Jaques Wagner, Alencar disse: "[O risco de inflação em 2003] realmente nos preocupou profundamente. E é a razão pela qual [...] obviamente não se poderia também abrir mão de uma política monetária que impedisse o retorno da inflação. Isso foi feito, com grande sacrifício. Mas chegamos ao final do ano passado com o resultado que nós poderíamos classificar como positivo."
Alencar disse que apresentará à equipe de governo uma lista de 40 países com suas respectivas taxas básicas reais de juros previstas para 2004. A média, segundo ele, seria de 1,5% -contra os atuais 9,9% no Brasil.
Ele também pediu que os conselheiros discutam a redução dos juros e que "impregnados" dessa idéia possam encaminhar suas sugestões ao presidente Lula, via Jaques Wagner.
No Senado, o diretor de Política Econômica do BC, Afonso Bevilaqua, disse que a política econômica não deve ser "mais ousada ou menos ousada, mas responsável". Bevilaqua respondia a uma provocação feita pelo senador César Borges (PFL-BA), que lembrou os comentários do megainvestidor George Soros no Fórum Econômico Mundial na semana passada.
Soros disse que a política econômica brasileira estava sendo muito conservadora.


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