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Governo deverá destinar R$ 50 bi para transportes
Já em moradia são previstos R$ 42 bi do setor privado
VALDO CRUZ
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PAC prevê que 86% dos investimentos programados para
o setor de logística nos próximos quatro anos serão feitos
pelo governo federal. A previsão é investir, no total, R$ 58,3
bilhões em rodovias, ferrovias,
portos e aeroportos.
Segundo a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil), o governo federal vai destinar R$ 50 bilhões ao setor no segundo mandato de Lula, dos quais R$ 33
bilhões virão do Orçamento e
R$ 17 bilhões em financiamento de bancos oficiais.
Chefe do comitê gestor do
PAC, lançado na semana passada pelo presidente, Dilma
aponta que a maior parte dos
recursos de investimentos do
programa será bancada com dinheiro público -R$ 384 bilhões dos R$ 504 bilhões planejados nos quatro anos.
No caso das obras em energia, a parcela de dinheiro público chega a 77%: dos R$ 274,8 bilhões previstos, R$ 211,42 bilhões vêm de estatais e financiamentos de bancos federais.
A maior parte é de responsabilidade da Petrobras. A estatal
planeja investir nos quatro
anos R$ 144 bilhões em exploração de petróleo e gás, refinarias e gasodutos. Outros R$ 4,7
bilhões devem ser aplicados em
combustíveis renováveis, como
o biodiesel. Em geração e transmissão de energia, o governo
espera investir por meio do sistema Eletrobrás R$ 7,84 bilhões no período. De financiamentos oficiais, a idéia é garantir recursos para o setor no
montante de R$ 54,8 bilhões.
Habitação
É na área de infra-estrutura
social e urbana que o governo
espera a maior contribuição do
setor privado, que deverá investir R$ 42 bilhões em habitação por meio da caderneta de
poupança. No total, os investimentos em habitação estão
previstos em R$ 106,3 bilhões e
em infra-estrutura social e urbana, em R$ 170,8 bilhões.
Os investimentos do governo
federal serão altos nessa área:
72% do total, o equivalente a
R$ 122,2 bilhões para obras de
saneamento, habitação e transporte urbano, como metrô.
Dilma destacou que foram
adotadas medidas para garantir
a aplicação dos recursos nos
projetos. Citou a que elevou a
possibilidade de empresas emprestarem de bancos federais
para investir. Segundo ela, nos
investimentos em infra-estrutura o governo ampliou para
até 80% a possibilidade de pegar empréstimos em bancos
como o BNDES para financiar
as obras. Antes, esse percentual
variava de 40% a 60%.
"Só 20% são capital próprio,
imagina como a medida favorece o capital privado", disse ela.
Ao calcular o uso de dinheiro
público no programa, a ministra disse que levou em conta
não só os recursos do Orçamento como também a capacidade de as instituições financeiras federais oferecerem empréstimos, além das estatais.
Na semana passada, governadores reivindicaram mudanças
nas obras escolhidas para integrar o PAC. Dilma informou
que, para incluir uma obra, terá
de tirar outra. Os governadores
estão interessados na distribuição das verbas federais para
obras, que no PAC totalizam R$
67,8 bilhões dos R$ 504 bilhões
programados para até 2010. A
disputa, neste ano, será pelos
R$ 11,3 bilhões do PPI (Projeto
Piloto de Investimento), livres
de bloqueio orçamentário.
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