São Paulo, segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

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Mercado prevê mais um corte de juros em reunião do Fed

Ata do Copom também deve pautar negócios na semana

DA REPORTAGEM LOCAL

Após a decisão extraordinária do banco central norte-americano de cortar os juros básicos na terça passada, os investidores aguardam por uma nova redução na taxa do país nesta semana.
O Fomc (comitê do BC americano que define os juros) irá se reunir amanhã e quarta para definir o rumo dos juros, que caíram de 4,25% para 3,50% na semana passada. O mercado conta com mais uma redução.
"A forte volatilidade dos mercados deve seguir pelo menos até a próxima quarta-feira, quando o Fomc volta a se reunir para tomar a decisão sobre um novo corte na taxa básica. Além disso, teremos a divulgação do PCE, que é o índice inflacionário mais olhado pelo Fed", diz Gustavo Barbeito, analista da Prosper Gestão de Recursos.
O PCE, que mede os gastos pessoais dos americanos, vai ser conhecido na quinta-feira.
O presidente George Bush faz hoje o discurso sobre "o Estado da União". A expectativa é que a crise econômica seja um dos temas principais.
O mercado financeiro segue extremamente sensível aos dados da economia americana. Números mais fracos, que ampliem o temor de risco de a maior economia do mundo entrar em recessão, vão afetar o desempenho das Bolsas.
Hoje sai o resultado das vendas de imóveis novos nos EUA em dezembro. Como a crise de crédito no setor imobiliário desencadeou a atual turbulência, dados do segmento têm grande relevância. Na quarta-feira, será a vez da apresentação das solicitações de empréstimos hipotecários feitas nas primeiras semanas deste ano.
Na semana, outros dados importantes para mostrar o ritmo da atividade econômica americana serão conhecidos, como os gastos com construção, os pedidos de seguro-desemprego e a taxa de desemprego.
Além do corte surpresa efetuado nos juros pelo Fed (o banco central norte-americano), o governo dos Estados Unidos detalhou o plano de medidas de estímulo à economia desenhado pelo presidente George W. Bush. Juntas, essas medidas ajudaram a aliviar a tensão no mercado, que teve perdas elevadíssimas na segunda-feira passada.

Explicações
No Brasil, a ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária, formado por diretores e o presidente do BC) concentrará as atenções.
Na quarta-feira, o Copom anunciou sua decisão de manter inalterada a taxa básica da economia, a Selic, em 11,25%. Nesta quinta, apresentará a ata, que trará explicações sobre os motivos da manutenção e poderá dar alguma indicação sobre o futuro dos juros.
Na avaliação da consultoria econômica LCA, "como a primeira reunião de política monetária do ano ocorreu em meio a uma confluência de eventos desconfortáveis, é esperado que a ata do Copom traga um tom mais duro, que efetivamente traduza uma maior apreensão do Banco Central com o quadro macroeconômico, sobretudo com o cenário prospectivo para a inflação".

Juros em queda
Como não houve viés de alta na decisão do Copom -como parte do mercado esperava-, além de ter sido unânime, os juros futuros encontraram espaço para recuar na semana passada na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
No contrato DI (Depósito Interfinanceiro) que vence daqui a 24 meses, um dos mais negociados, a taxa recuou de 12,97% na quarta para 12,76% no pregão de quinta. No DI que vence na virada do ano, o recuo foi de 11,98% para 11,91%.


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