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Mercado prevê mais um corte de juros em reunião do Fed
Ata do Copom também deve pautar negócios na semana
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a decisão extraordinária do banco central norte-americano de cortar os juros
básicos na terça passada, os investidores aguardam por uma
nova redução na taxa do país
nesta semana.
O Fomc (comitê do BC americano que define os juros) irá
se reunir amanhã e quarta para
definir o rumo dos juros, que
caíram de 4,25% para 3,50% na
semana passada. O mercado
conta com mais uma redução.
"A forte volatilidade dos
mercados deve seguir pelo menos até a próxima quarta-feira,
quando o Fomc volta a se reunir para tomar a decisão sobre
um novo corte na taxa básica.
Além disso, teremos a divulgação do PCE, que é o índice inflacionário mais olhado pelo Fed",
diz Gustavo Barbeito, analista
da Prosper Gestão de Recursos.
O PCE, que mede os gastos
pessoais dos americanos, vai
ser conhecido na quinta-feira.
O presidente George Bush
faz hoje o discurso sobre "o Estado da União". A expectativa é
que a crise econômica seja um
dos temas principais.
O mercado financeiro segue
extremamente sensível aos dados da economia americana.
Números mais fracos, que ampliem o temor de risco de a
maior economia do mundo entrar em recessão, vão afetar o
desempenho das Bolsas.
Hoje sai o resultado das vendas de imóveis novos nos EUA
em dezembro. Como a crise de
crédito no setor imobiliário desencadeou a atual turbulência,
dados do segmento têm grande
relevância. Na quarta-feira, será a vez da apresentação das solicitações de empréstimos hipotecários feitas nas primeiras
semanas deste ano.
Na semana, outros dados importantes para mostrar o ritmo
da atividade econômica americana serão conhecidos, como
os gastos com construção, os
pedidos de seguro-desemprego
e a taxa de desemprego.
Além do corte surpresa efetuado nos juros pelo Fed (o
banco central norte-americano), o governo dos Estados
Unidos detalhou o plano de
medidas de estímulo à economia desenhado pelo presidente
George W. Bush. Juntas, essas
medidas ajudaram a aliviar a
tensão no mercado, que teve
perdas elevadíssimas na segunda-feira passada.
Explicações
No Brasil, a ata da reunião do
Copom (Comitê de Política
Monetária, formado por diretores e o presidente do BC)
concentrará as atenções.
Na quarta-feira, o Copom
anunciou sua decisão de manter inalterada a taxa básica da
economia, a Selic, em 11,25%.
Nesta quinta, apresentará a ata,
que trará explicações sobre os
motivos da manutenção e poderá dar alguma indicação sobre o futuro dos juros.
Na avaliação da consultoria
econômica LCA, "como a primeira reunião de política monetária do ano ocorreu em
meio a uma confluência de
eventos desconfortáveis, é esperado que a ata do Copom traga um tom mais duro, que efetivamente traduza uma maior apreensão do Banco Central
com o quadro macroeconômico, sobretudo com o cenário
prospectivo para a inflação".
Juros em queda
Como não houve viés de alta
na decisão do Copom -como
parte do mercado esperava-,
além de ter sido unânime, os juros futuros encontraram espaço para recuar na semana passada na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
No contrato DI (Depósito Interfinanceiro) que vence daqui
a 24 meses, um dos mais negociados, a taxa recuou de 12,97%
na quarta para 12,76% no pregão de quinta. No DI que vence
na virada do ano, o recuo foi de
11,98% para 11,91%.
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