São Paulo, segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

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FRAUDE BILIONÁRIA

Société quer encobrir perdas, dizem advogados de corretor

DA REDAÇÃO
DA FOLHA ONLINE

Os advogados de Jerômé Kerviel, corretor de Bolsa acusado de realizar operações fraudulentas que custaram US$ 7,16 bilhões ao banco francês Société Générale, afirmaram que a instituição quer, com o caso, levantar uma cortina de fumaça para encobrir perdas maiores, principalmente com créditos imobiliários "subprime" (de alto risco) dos EUA.
Eles afirmaram ainda que o banco liquidou as posições assumidas por Kerviel nas operações de forma "precipitada e totalmente anormal".
A promotoria considera o caso a maior fraude da história do setor bancário atribuída a apenas uma pessoa.
Em um documento divulgado ontem, o Société Générale afirma que Kerviel se apropriava de senhas de outras pessoas, entrava sem autorização em computadores e falsificava documentos, entre outros métodos, para fazer operações fraudulentas.
O banco, o segundo maior da França, negou que tenha afetado os mercados e acentuado a crise global por conta da venda das posições assumidas por Kerviel. Apesar de reforçar a alegação do banco de que Kerviel trabalhava sozinho, um executivo do banco afirmou ontem que não pode "garantir 100%" que o corretor não tinha cúmplice.
Segundo o banco, aparentemente Kerviel não lucrava com as operações. Ele é acusado de ter apostado mais de 50 bilhões em contratos futuros de índices de Bolsas européias, em operações não-autorizadas, e de ter criado posições fictícias de "hedge" para cobrir seus rastros. A prisão preventiva de Kerviel foi prolongada ontem por 24 horas. O corretor é interrogado desde o último sábado na Brigada Financeira da polícia francesa.


Com agências internacionais


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