São Paulo, quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

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Cresce calote de consumidor ao nível de 2002

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A inadimplência dos empréstimos para pessoas físicas atingiu o nível mais alto desde setembro de 2002, de acordo com dados do Banco Central. Em dezembro, os atrasos de mais de 90 dias nos pagamentos chegaram a 8,1% dos empréstimos desse segmento, ante 7,8% em novembro. No fim de 2007, eram 7%.
Os números mostram que o aumento na inadimplência foi mais intenso entre pessoas físicas do que com empresas. Nos empréstimos para pessoas jurídicas, o nível de atraso passou de 1,7% para 1,8% entre novembro e dezembro. O resultado do mês passado é, aliás, inferior aos 2% observados em dezembro de 2007.
Os dados se referem às operações de crédito feitas com recursos livres. Não incluem financiamentos cujas taxas de juros são controladas pelo governo -como nos casos do crédito rural, habitacional e dos empréstimos concedidos pelo BNDES.
Das quatro modalidades de crédito para pessoas físicas acompanhadas pelo BC, duas tiveram alta de inadimplência entre novembro e dezembro: cheque especial (de 10% para 10,6%) e financiamento de veículos (de 4,1% para 4,3%). Os atrasos no crédito pessoal ficaram estáveis em 5,5%, e no crediário (compra de outros produtos além de automóveis) houve um recuo de 14,7% para 13,9%.
Para Bráulio Gomes, economista da LCA Consultores, o aumento nos atrasos é um dos motivos para a recente alta do "spread" bancário. "Essa alta está relacionada não apenas à inadimplência corrente mas também à expectativa de que essa inadimplência vá continuar crescendo. E ela vai crescer, não tem jeito."
Para Marcelo Moura, economista do Ibmec São Paulo, "a inadimplência no Brasil, dado o "spread" que se tem, não é excessiva. Um "spread" desses nos Estados Unidos faria a inadimplência quintuplicar".


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